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Sei que o Bayern de Munique não está hoje no nível das melhores equipes da Europa, que não será surpreendente se um time inglês eliminar o Barcelona, que a equipe catalã costuma deixar muitos espaços na defesa, que o goleiro Valdéz não é um Júlio César, mas como é bonito e gostoso ver o Barcelona jogar.

Parte da imprensa e a maioria dos técnicos, de todo o mundo, acham que o estilo cadenciado e de muita troca de passes é ultrapassado e ineficiente. O Barcelona seria uma exceção, que não serviria para ser modelo.

Não serve porque os técnicos são utilitários, operatórios, medrosos e não têm compromisso com a qualidade do espetáculo. Se o time ganhar, ótimo, mesmo jogando mal. Acabam com a beleza do esporte.

Se o Barcelona não ganhar a Copa dos Campeões, vão dizer: "Não falei?" Disseram a mesma coisa quando a Hungria perdeu para a Alemanha, na Copa de 1954; a Holanda para a Alemanha, em 1974; e o Brasil para a Itália, em 1982. Essas seleções perderam, mas ficaram na memória afetiva do futebol.

Somente os técnicos e as pessoas com a visão estreita acham que a seleção brasileira de 1982 foi ineficiente. Em um jogo podem acontecer dezenas de fatores imprevisíveis.

Existe em Barcelona um estilo de jogar. O jovem técnico Guardiola, que era um excepcional armador, disse que aprendeu com Cruyff, que aprendeu com Rinus Michel, que aprendeu com outros técnicos e com sua imaginação. É a influência holandesa. Amsterdã e Barcelona são duas cidades belas, inovadoras e ousadas.

O estilo do Barcelona lembra o dos grandes times brasileiros do passado, mas o modelo dos técnicos brasileiros não é o Barcelona; é o Liverpool, o Chelsea ou outro time europeu.

Evidentemente, muito mais importante que o estilo é a qualidade dos jogadores. Há atletas excepcionais e medíocres em todos os estilos.

Clóvis Rossi, torcedor do Barcelona, como eu, deve ter gostado da exibição e da goleada sobre o Bayern. Poderia ter sido de 8 a 0. O Barcelona não se destaca somente quando está com a bola. A equipe marca por pressão, toma a bola com velocidade e chega com muitos jogadores ao ataque. Não dá para a defesa se organizar.

Isso não significa que uma grande equipe não possa recuar para contra-atacar. Em certos momentos, essa será a melhor opção para vencer, jogar bem, bonito e fazer muitos gols.

Puyol, pela esquerda, é praticamente um terceiro zagueiro. Com isso, Daniel Alves avança bastante pela meia-direita e pela ponta. Ele e Messi fazem loucuras por esse lado. No esquema tático de Dunga, Daniel Alves deveria jogar no lugar de Elano, e não de Maicon.

Quem gosta de futebol bonito, ofensivo e eficiente, e não apenas de resultados e de torcer, deveria ver mais o Barcelona jogar, mesmo quando perde.

Clássico

Um empate será ótimo para o São Paulo, já que o time atua por dois empates e vai decidir no Morumbi. O Corinthians corre o risco de ser eliminado, mesmo invicto. São dois times organizados, mas o São Paulo tem maior número de bons jogadores, a não ser que Ronaldo faça a diferença.

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