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Nas últimas semanas, escutei com frequência, na imprensa e nas entrevistas de jogadores e treinadores, expressões que eram pouco comuns antes da Copa, como trocar mais passes, ter mais a posse de bola, marcar mais à frente, jogar com a bola no chão e outras. Nos gramados, tenho visto também boas partidas. Será o início de mudanças ou uma onda passageira?

Quando escrevo que no Brasil os times jogam demais a bola na área, não me refiro aos lances de bolas paradas. Esses são importantes, precisam ser treinados e executados durante as partidas.

É preciso separar também o cruzamento para a área, para se livrar da bola, a jogada mais co­­mum no futebol brasileiro, do passe, quando o jogador olha e coloca a bola entre os zagueiros, na cabeça do companheiro, como fez Kléber, no gol de Giuliano, contra o Chivas, no México.

Trocar muitos passes é um estilo bonito e eficiente. Não confundir com excesso de toques de bola curta, para o lado e longe do gol, como vimos muito na Copa do Mundo. Trocar passes não é também a única maneira de vencer, mas é a mais encantadora.

Fluminense e Corinthians têm ótimas vantagens no Bra­­si­­leirão. Muricy disse que fica aliviado, e não feliz, quando vence. Essa tensão é uma característica de pessoas vitoriosas, mas não é boa para a saúde.

Diferentemente de Mano Menezes, que colocava Jorge Henrique para atacar e também para marcar o lateral até a linha de fundo de seu campo, Adílson Batista escala Jorge Henrique na frente, nas costas do lateral, como fazia com Thiago Ribeiro no Cruzeiro.

Paulo Vinícius Coelho disse que o Corinthians, com Mano Menezes, se destacava pelo posicionamento e, com Adílson Ba­­tista, pela agressividade. É isso. Por essa razão, o Corin­­thians, com Mano, era um time bastante regular, que quase não perdia. Com Adílson, deverá fazer partidas muito mais brilhantes, mas também outras ruins, como acontecia, geralmente fora de casa, no Cruzeiro.

Grêmio e Atlético-MG continuam na turma de baixo. Os amigos de Luxemburgo colocam na falta de empenho dos jogadores o motivo do fracasso da equipe. O técnico fez o mesmo, ao di­­zer que os atletas não têm fo­­me de vencer.

O Grêmio, como no ano passado, não ganha fora. O time se sente inseguro, sem o apoio da torcida. Só o "Analista de Bagé", com a técnica do joelhaço, pode curar essa carência afetiva.

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