Johannesburgo - Na Copa de 1966, na vitória da Inglaterra sobre a Alemanha, a bola não entrou, e foi gol. Qua­­renta e quatro anos depois, a bola entrou, e não foi gol. Não utilizar a tecnologia para lances especiais é um atraso. Bastaria colocar uma tevê para o quarto árbitro. A Inglaterra perdeu por isso – o empate poderia mudar a partida – e, principalmente, porque jogou pior.

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Alemanha e Argentina farão um clássico nas quartas de final. A Argentina, com a ajuda da ar­­bitragem no primeiro gol, do za­­gueiro mexicano no segundo e com a grande qualidade de seus atacantes, venceu o México por 3 a 1.

Hoje, o Brasil enfrenta o Chi­­le. Os chilenos são a única equipe na Copa que marcam por pressão, que jogam com três zagueiros e que possuem um técnico que assiste à maior parte do jogo de cócoras. Não acredito que o Chile vá mudar hoje a ma­­neira de jogar.

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Toda equipe pressiona quem está com a bola, em todo o campo. É a correria organizada. Nem a Espanha, que troca muitos passes, conseguiu fazer isso.

Por outro lado, se o adversário sair dessa marcação, encontrará muito espaço na defesa do Chile para o contra-ataque. Assim, o Brasil fez três gols no primeiro jogo pelas Eliminatórias (3 a 0).

Como o Chile é uma equipe baixa, o Brasil tem boas chances de fazer gols no jogo aéreo. Assim, o time brasileiro fez quatro gols no segundo jogo (4 a 2).

Pela primeira vez na Copa, Gilberto Silva e Felipe Melo (ou Josué, ou Ramires) vão ser marcados. Pela primeira vez, Michel Bastos vai enfrentar um ponta veloz e driblador (Sanchéz).

Repito, gostaria que uma grande seleção jogasse no estilo do Chile. Correria mais riscos, po­­rém, se vencesse, teria muito mais chances de encantar.

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Já escrevi também – a vida é quase sempre uma repetição – que, muito mais importante que o estilo e a eficiência e a soberba dos técnicos, é o talento dos jogadores. Por isso, o Brasil é o grande favorito contra o Chile.

As seleções dirigidas por Bielsa, Argentina e Chile, sempre dominaram o Brasil, parecia que venceriam e, na maioria das vezes, perderam. Ganhar do Bra­­sil, ainda mais com um time mo­­desto como o do Chile, deve ser o sonho do "louco" técnico. É um jogo perigoso. Ainda mais com um "louco" do outro lado.