A maior dificuldade do São Paulo e, principalmente do Inter, que precisa ganhar o jogo para não depender dos pênaltis – empate com gols classifica Libertad –, será não deixar que a agressividade, o entusiasmo, a ansiedade e a responsabilidade de decidir em casa se transformem em pressa, afobação e erros.

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A distância entre a garra e o nervosismo costuma ser pequena. Diferentemente de outros times brasileiros, como o Corinthians, o São Paulo mostrou nos últimos anos muita competência para lidar com esse perigo. Mas nos últimos jogos no Morumbi pela Libertadores, contra Chivas e Estudiantes, a afobação foi a principal deficiência da equipe.

Por causa dos avanços dos dois volantes que marcam por pressão e da presença de dois alas, que são armadores pelos lados, e não apenas laterais que apóiam, o São Paulo tem necessidade de jogar com três zagueiros. Já o Inter, por ter pelo menos um volante mais recuado, às vezes não precisa desse terceiro zagueiro, mesmo com dois alas.

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Quando Mineiro e Josué tomam a bola mais à frente, o que fazem com grande eficiência, continuam a jogada e se tornam os meias da equipe, já que Danilo é mais um atacante. Mas quando o time perde a bola, é preciso diminuir a distância entre os quatro do meio-de-campo e os três zagueiros.

O São Paulo demonstra para o mundo, e poucos aprendem, que a grande vantagem de se jogar com três zagueiros é poder atuar no ataque. Com freqüência, o time tem três defensores no seu campo, um na sobra para evitar o contra-ataque, e mais sete jogadores no do adversário.

Não agüento mais todos os dias ver os treinadores colocarem um zagueiro para reforçar a defesa ou tirá-lo para fortalecer o ataque. Só fazem isso.

Lista de Dunga

Dentro do possível, gostei de quase todos jogadores convocados. Porém Dunga cometeu o primeiro erro ao não chamar os jogadores que atuam no Brasil após as partidas do Inter e do São Paulo, que podem ser eliminados da Libertadores.

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Não ficou claro porque alguns jogadores que atuaram na Copa não foram chamados. Pensando no Mundial de 2010, Cafu, Roberto Carlos, Emerson, Zé Roberto, Ronaldo e Ricardinho não deveriam mais ser convocados. Outros, como Dida, Julio César, Cris, Juninho e Adriano, não foram convocados porque não estavam disponíveis ou foi por motivos técnicos? Já Ronaldinho e Kaká continuam sendo as grandes esperanças em 2010.

Pensando em 2010, em jogadores com maior potencial, mesmo que não sejam hoje os melhores, faltaram o Arouca e, principalmente, o Anderson, do Porto, ex-Grêmio, que foi o melhor jogador do Mundial sub-17 e é a grande promessa do futebol brasileiro.

Dunga e Jorginho são dois treinadores promissores, que poderiam fazer parte de qualquer comissão técnica ao lado de um treinador mais experiente.

Contudo, é importante que o técnico da seleção tenha a mínima experiência, a não ser que ele seja um fenômeno. Mas não basta ter experiência. É muito freqüente um treinador, ou qualquer profissional, repetir os mesmos erros até o final de sua carreira.

Ricardo Gomes, campeão do mundo em 94, que vai bem na França e já tem experiência como técnico, inclusive negativa no Pré-Olímpico – as derrotas ensinam mais –, tinha muito mais credencial do que o Jorginho.

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Muitos acham que Dunga poderá se tornar um Bernardinho. Tomara! Mas a grande qualidade do Bernardinho não é a vibração na lateral da quadra. Isso é comum em qualquer técnico medíocre. Além do seu conhecimento técnico e seriedade profissional, a grande virtude do Bernardinho foi formar uma comissão técnica de enorme excelência.