• Carregando...

A escalação e a estratégia tática da seleção já estão definidas para a estréia na Copa. Kaká, pela direita, e Ronaldinho, pela esquerda, terão de marcar e atacar. Os dois atuam nos seus clubes de maneiras diferentes da seleção.

No Milan, Kaká é o meia de ligação entre os três do meio-de-campo e os dois atacantes. No Barcelona, Ronaldinho atua também pela esquerda, porém mais à frente. Ele é um atacante que recua para armar as jogadas. No time brasileiro, é um jogador de meio-de-campo, que participa da marcação e que avança. É diferente.

Como Kaká tem mais características para marcar e atuar em um espaço maior, de uma intermediária à outra, imagino que, na prática, mesmo se o Parreira não pedir, veremos com freqüência o Brasil com uma linha de três no meio-de-campo formada pelo Kaká, Émerson e Zé Roberto, e o Ronaldinho mais livre. Isso será bom para ele.

Na prática, será uma variação parecida com o esquema anterior, antes do quarteto, com Kaká atuando numa posição próxima à do Juninho Pernambucano, porém chegando mais na frente, e o Ronaldinho Gaúcho fazendo a função que era do Kaká. Adriano e Ronaldo são os atacantes. Antes eram os dois Ronaldos.

Mas a mudança mais provável de acontecer durante o mundial será o Parreira, para reforçar a marcação, escalar mais um volante e adiantar o Ronaldinho Gaúcho para atuar ao lado do Ronaldo, no lugar do Adriano.

Após a primeira fase da Copa de 2002, Felipão fez uma modificação parecida, quando trocou o meia Juninho pelo volante Kléberson. O time melhorou, já que Gilberto Silva estava sozinho na marcação no meio-de-campo e Edmílson era um terceiro zagueiro.

Quando um técnico fala muito que pode mudar o time se não der certo, como tem enfatizado o Parreira, é sinal de que ele está "louco" para fazer isso. Basta ter uma pequena chance para criar um grande motivo.

Parafraseando o Zagallo, Parreira engoliu, mas não digeriu bem o quarteto ofensivo. Ainda sente um mal-estar, como uma situação mal resolvida.

Falsa retranca

No primeiro gol do Grêmio contra o Corinthians, o longo tempo que a bola percorreu do meio-de-campo até chegar para o atacante tocar de cabeça para o companheiro na entrada da pequena área, dava para um bom goleiro perceber o óbvio, ajeitar o uniforme para ficar bem na foto, sair do gol e antecipar ao atacante que fez o gol.

Como tinha feito contra o Inter, o Grêmio não deixou o Corinthians jogar. É preciso diferenciar a marcação de perto, em todas as partes do campo, como fez o Grêmio, da retranca, da marcação próxima da área, para atrair o adversário e contra-atacar.

O Grêmio não jogou na retranca, como disse o técnico Ademar Braga.

Marcar muito não significa sempre jogar defensivamente, não é estratégia somente de time pequeno nem de time inferior para ganhar do superior. O São Paulo faz isso muito bem e é bastante ofensivo.

Por outro lado, mesmo considerando que os árbitros brasileiros marcam faltas demais inexistentes, o Grêmio fez 42 faltas. Isso diminui a qualidade do futebol, como disse Fernando Calazans. Os grandes times do Grêmio e do Inter eram excelentes porque, principalmente, tinham ótimos jogadores, e não porque faziam muitas faltas e eram guerreiros.

Além das dificuldades que teve para sair da marcação do Grêmio, o Corinthians foi novamente desorganizado.

Quando o Mascherano, que está longe do brilhante volante do River Plate, recebe a bola da defesa e com um passe inicia as jogadas ofensivas, o que ele sempre fez muito bem, Marcelo Mattos, em vez de se adiantar e se tornar um armador pela direita, fica ao lado e próximo do Mascherano.

A maioria das equipes joga dessa forma, com um volante tocando a bola curta e de lado para o outro. Isso atrasa o ataque e facilita a marcação.

Destaque da rodada

Na primeira rodada, notei que todos os times cariocas tiveram mais preocupação com a marcação. Isso é bom. O Fluminense foi, de todos os times brasileiros, o que mais agradou, com os promissores Renato e Lenny, os excelentes Arouca e Petkovic, além de alguns bons jogadores. Mas ainda é cedo para fazer uma avaliação correta.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]