Luxemburgo, no empate do Palmeiras contra o Nacional do Uruguai, e Sir Alex Ferguson, pisaram na bola no meio da semana. Não sei qual dos dois foi pior. Na derrota do Manchester United para o Barcelona, não foi surpreendente a escalação e a estratégia do time inglês, dirigido há 23 anos por seu vitorioso treinador.
Vi várias vezes o Manchester ganhar e ser elogiado com o mediano sul-coreano Park no lugar de outro muito melhor. Park é chamado de jogador moderno, que vai e volta, defende e ataca. Fora isso, não faz mais nada.
Vi várias vezes o Manchester ganhar e ser elogiado com Cristiano Ronaldo de centroavante e com Rooney atuando pela ponta, correndo atrás do lateral. Um desperdício. Não há nenhuma justificativa para colocar os dois melhores jogadores do time fora de suas posições.
Mesmo quando jogava mal e/ou era mal escalado, o Manchester raramente perdia. Chelsea, Liverpool e Arsenal, grandes times ingleses, destaques mundiais, são adversários bem conhecidos. Não surpreendem. As equipes médias e pequenas da Inglaterra são fracas, iguais às pequenas e médias equipes da Espanha e da Itália.
Desta vez, o Manchester, que tem um grande time, enfrentou uma equipe diferente, que coloca a bola no chão, troca muitos passes, faz somente sete faltas em um jogo decisivo e que possui o melhor jogador do mundo (Messi) e os dois melhores armadores do mundo (Xavi e Iniesta). Os dois comandaram também a seleção da Espanha, brilhante campeã da Eurocopa.
São três baixinhos fenomenais. Os talentosos baixinhos, de todo o mundo, de quem diziam não terem condições de enfrentar os grandalhões do futebol moderno, estão novamente por cima.
O Barcelona e a Espanha jogam em um estilo próximo das grandes equipes do Brasil do passado. Já o São Paulo e a maioria dos times brasileiros e de todo o mundo atuam no estilo das antigas e medianas equipes da Europa, com excesso de marcadores, bolas longas, pouca troca de passes e muitas jogadas aéreas. É o "chuveirinho" moderno.
O São Paulo, tricampeão brasileiro por seus méritos e por executar bem o que é planejado, influenciou bastante a maioria dos técnicos e grande parte da imprensa. Passou a ser modelo de como ser vitorioso, como se houvesse apenas uma maneira de vencer.
Alguns times reagem contra essa mesmice, mesmo que ela seja eficiente, como o Cruzeiro, que procura jogar um futebol leve, envolvente e bonito. A dificuldade do time mineiro é não conseguir jogar tão bem fora do Mineirão.
Na quarta-feira, vi talentos no meio campo, como Xavi, Iniesta e Marquinhos Paraná, e também alguns brucutus, como Eduardo Costa. Ele, Fabrício e Richarlyson distribuíram pontapés. Nenhum foi expulso. Os brucutus continuam fortes e com prestígio com os treinadores.
Não será tão surpreendente se o São Paulo ganhar do Cruzeiro hoje e na segunda partida pela Libertadores, vencer o Brasileiro, a Libertadores e até o Mundial de Clubes. Se isso acontecer, vou exaltar novamente seus méritos, mas não vou mudar minha preferência. Gosto de ver outro futebol.
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