Considerando que o gramado era péssimo, que os Estados Unidos marcam bem e geralmente dificultam contra qualquer seleção e que o primeiro gol do Brasil foi uma das mais belas jogadas coletivas que vi nos últimos anos, o time brasileiro teve uma boa atuação.
O passe do Ronaldinho para o Kaká no primeiro gol foi magistral, com a bola fazendo uma curva em volta do zagueiro. A bola, que ia para o goleiro, de repente voltou para os pés do Kaká. Isso me lembrou os grandes mestres do bilhar. É um toque de difícil execução e que só poderia ser eficiente desse jeito, já que havia um defensor na frente do Kaká. Se Ronaldinho errasse, diriam que ele enfeitou demais.
Pela primeira vez sob o comando do Dunga, Kaká, Ronaldinho e Robinho não ficaram embolados. Por outro lado, como os três estavam quase sempre no campo adversário e os quatro defensores brasileiros marcavam muito atrás, havia um grande espaço no meio-campo. Gilberto Silva e Mineiro ficavam algumas vezes contra quatro armadores.
Esse risco é inevitável com a escalação dos três meias e mais o centroavante, mas pode ser atenuado. Para isso, é necessário que a seleção marque mais na frente, para diminuir os espaços entre a defesa, o meio-campo e o ataque. É o futebol compacto que os técnicos desejam tanto. Poucos sabem fazer isso na prática.
Quando for necessário, em momentos especiais, Dunga poderá reforçar a marcação e colocar mais um marcador no meio-campo. Sairia um dos três meias ou o centroavante. Já imaginou o adversário perdendo o jogo, pressionando, e o Brasil, mesmo sem um centroavante, jogando no contra-ataque com Ronaldinho, Kaká e Robinho livres do meio para frente e contra zagueiros adiantados e desprotegidos? Fariam a festa.
Como na maioria das vezes o Brasil vai enfrentar seleções mais defensivas, é necessário a presença de um centroavante.
Pressinto que daqui para frente, sempre que o Brasil ganhar e jogar bem com Ronaldinho, Kaká e Robinho, vão dizer que os três ganharam a partida. Quando o Brasil jogar mal e/ou perder, dirão que o time com os três fica desequilibrado e desprotegido na defesa.
Jogo sujo
A Policia Federal e os brilhantes jornalistas Juca Kfouri e Bob Fernandes fizeram ótimos trabalhos e confirmaram as relações promíscuas entre o Corinthians e a MSI. Quanto mais lavam dinheiro sujo no futebol e em outras áreas, mais sujeira aparece. Antônio Roque Citadini, conselheiro do Corinthians, que sempre foi contra essa parceria, afirmou no programa "Bate-Bola" da ESPN Brasil que há lavagem de dinheiro em todos os grandes clubes brasileiros. Esses deveriam se pronunciar.
Coisas diferentes
A CBF determinou que carrinho com falta é igual à expulsão. Mas os árbitros brasileiros não sabem diferenciar o carrinho faltoso, violento e/ou imprudente, que merece expulsão, do recurso técnico, de deslizar no gramado, esticar a perna e tocar na bola, mesmo que isso provoque a queda do adversário. Isso não é falta e nunca vai acabar.
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