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Há um grande número de problemas no esporte brasileiro, dentro e fora de campo, alguns graves como os absurdos gastos com o Pan, excessivamente acima do que foi previsto.

O governo poderia ter aproveitado a aprovação da loteria esportiva e da lei de incentivos fiscais ao esporte para exigir contrapartidas dos clubes e dirigentes e promover mudanças na estrutura do futebol. Nada disso foi feito.

Se o futebol e os clubes brasileiros fossem mais bem administrados, não sairiam tantos jogadores para a Ásia, Leste Europeu e pequenos times da Europa Ocidental, já que não dá para competir com os grandes clubes.

Mas é preciso reconhecer que houve mudanças positivas no futebol nos últimos anos. Acabaram as viradas de mesa, as maracutaias para não rebaixar grandes times, as partidas de uma mesma equipe na terça, quinta e fim de semana, além de ter sido adotada a fórmula por pontos corridos no Campeonato Brasileiro.

Todas essas e outras mudanças foram pedidas durante anos pela mídia esportiva independente.

Existem muitas outras coisas para se fazer, como não permitir que dirigentes e/ou familiares se perpetuem no poder e o cumprimento do Estatuto do Torcedor.

O calendário deveria ainda ser alterado. Os times que disputam a Libertadores jogariam também a Copa do Brasil, que seria realizada no segundo semestre. Já a Copa Sul-Americana seria no primeiro, realizada somente por clubes que não participassem da Libertadores. Os estaduais precisam ser mais curtos. Vinte clubes é demais, como ocorre em São Paulo.

Durante as partidas, houve mudanças positivas. Com exceção do Leão, os treinadores estão menos estrelas e não têm pressionado e desrespeitado os árbitros e auxiliares. Luxemburgo, que mudou o comportamento no ano passado dentro de campo, teve uma recaída no fim de semana.

Melhorou a qualidade dos treinadores com a ascensão de técnicos já valorizados (Abel Braga e Muricy Ramalho) e o crescimento de outros mais novos, como Renato, Mano Menezes, Caio Júnior, Cuca e Ney Franco. Treinadores superados e ex-jogadores que não têm outras qualidades para essa atividade, foram colocados de lado.

Na parte tática, há muito tempo que não vejo volantes correndo por todo o campo atrás de atacantes. Nada mais confuso. Eles não eram zagueiros nem jogadores de meio-de-campo. Se houver necessidade de mais um defensor, que é raro, é melhor escalar um terceiro zagueiro do que um volante-zagueiro.

Os europeus não utilizam o volante-zagueiro nem o terceiro zagueiro. Eles atuam com dois laterais mais marcadores, formando uma linha de quatro defensores. Prefiro jogar com dois zagueiros e dois laterais que alternem no apoio ao ataque. Enquanto um avança, o outro se posiciona como um terceiro zagueiro. Volante deveria jogar no meio, marcando e organizando a jogada.

Na maioria dos times que atuam com três zagueiros, o ala é muito mais um lateral que apóia mais que o habitual do que um armador pelos lados. O time fica com dois laterais, três zagueiros (sem necessidade) e com menos um jogador no meio. Atua com dez.

É preciso melhorar a qualidade do futebol brasileiro, dentro e fora de campo. Para isso, todos que trabalham no futebol (treinadores, atletas, dirigentes, membros da comissão técnica e também a imprensa) precisam evoluir.

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