O Barcelona foi mais eficiente do que o Arsenal durante o ano, tem um estilo mais vistoso, possui o melhor jogador do mundo, mas não será surpresa uma vitória hoje do time inglês. O Arsenal tem uma excelente equipe e o segundo melhor do planeta (Henry).
O Barcelona derrubou os mitos de que é muito arriscado jogar com apenas um volante, que toda equipe precisa ter um defensor na sobra, que o craque do time tem de jogar pelo meio para receber mais passes, que não dá para marcar por pressão a maior parte do jogo e que driblar e tabelar pelo meio é um estilo ultrapassado.
Isso não significa que o Barcelona é uma maravilha, superior aos grandes times da história do futebol e que todas as equipes deveriam copiar a sua maneira de jogar.
O Arsenal deve repetir a estratégia defensiva que deu certo nos jogos mata-mata, contra Juventus, Real Madrid e Villarreal. O time inglês não tomou um único gol nesses seis jogos. Incrível! O Arsenal deve atuar com quatro defensores, Gilberto Silva à frente dos quatro, uma linha de quatro armadores e só o Henry fixo no ataque.
O Arsenal vai tentar anular o toque de bola do Barcelona e ganhar o jogo no contra-ataque com a chegada alternada ao ataque dos quatro armadores e mais o Henry.
Se o Barcelona perder, não deixará de ter o time mais encantador e melhor, já que não se pode analisar uma equipe por apenas um jogo.
Da mesma forma, se Ronaldinho não brilhar hoje nem na Copa e não for campeão dessas duas competições, não deveria deixar de estar entre os pouquíssimos supercraques da história, só abaixo do Pelé.
Para ser coerente, se o Ronaldinho der show hoje e no mundial e ganhar os dois títulos, não se tornará igual ao Pelé, a não ser que jogue muito melhor nos próximos quatro a seis anos.
Ronaldinho tem um passe mais surpreendente e espetacular e mais habilidade que o Pelé. Até o Rei já disse que o Ronaldinho faz coisas que ele não fazia. Mas como Pelé teve em altíssimo nível todas as virtudes necessárias a um supercraque, não há dúvidas que ele foi o melhor e muito mais completo. Já disse isso umas mil vezes.
Mesmo assim, a revista "Época" insinuou na reportagem de domingo, que eu exalto muito mais a habilidade do Ronaldinho em relação à habilidade do Pelé, porque o Pelé não me colocou na lista dos 100 melhores jogadores do mundo de todos os tempos. Tenho vários defeitos, alguns escondidos, mas não essa estreiteza.
Os 23 da Copa
Não houve surpresa nem injustiça. Eu somente trocaria o Gilberto pelo Serginho e o Ricardinho pelo Alex. Mas compreendo as escolhas do Parreira. Serginho não foi chamado uma única vez pelo técnico e Alex não foi excepcional nas vezes em que jogou. Faltou uma seqüência. Além disso, não há no atual esquema uma função (meia de ligação ou número 1) que combine com as características do Alex.
Mas entre Gilberto, Junior e Gustavo Nery, escolheria o Junior, que é mais experiente, está muito bem e se adaptaria novamente à lateral.
Entre Ricardinho e Julio Baptista, prefiro o jogador do Real Madrid. Se Ronaldinho Gaúcho não jogar, em vez do Ricardinho, acho melhor o Zé Roberto é a sua posição no Bayern , abrindo vaga para um volante. Outra opção mais ousada seria a escalação do Robinho para substituir o Ronaldinho Gaúcho, como aconteceu com sucesso contra o Chile nas eliminatórias.
Dos cinco brasileiros que atuam no Real Madrid, só não foi convocado o Julio Baptista, que tem sido o melhor dos cinco. Por não ser muito habilidoso nem um estilista, Julio Baptista é menos reconhecido do que merece.
Decisões no Brasil
Nas suas devidas proporções, o Fluminense está para o Vasco assim como o Barcelona está para o Arsenal. O Flu tem melhores jogadores, um futebol mais bonito, vai pressionar como deve fazer o Barcelona, mas não será surpresa se o Vasco ganhar novamente, marcando no seu campo e explorando os contra-ataques, como também deve fazer o time inglês.
No outro jogo, o Flamengo tem um pouco mais de chance, porém não será surpresa se o Ipatinga se classificar para a final.
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