Uma boa notícia do fim de semana foi o América-MG ter garantido um lugar na Série B do Brasileirão. Se meu querido pai estivesse vivo, estaria muito feliz. Antes do Mineirão, o grande jogo em Minas era entre Atlético e América, chamado de clássico das multidões.

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Terminou e ainda não acabou o primeiro turno da Série A. Faltam três jogos. É hora de fazer promessas, contas e pactos para a vitória. Todos fazem o mesmo. Na bolsa de palpites, só apostam, para campeão, em Palmeiras, São Paulo e Inter. O Goiás é o segundo colocado e possui bom time e elenco. Outras equipes têm chances.

Falta um ótimo atacante ao Palmeiras. Se Vágner Love chegar, o time, de forte candidato, passa a ser o grande favorito ao título.

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A defesa do Palmeiras é a me­­lhor do campeonato. Sofreu apenas 17 gols em 19 jogos. A do Fla­mengo levou 31, menos apenas que as de Coritiba, Náutico, Flu­minense e Sport, que lutam para não cair. Com a atual defesa, o Fla­mengo não chega à frente nem se Adriano, artilheiro do campeonato, passar a chutar a bola no canto, por cima, e não no corpo do goleiro. Mesmo se quisesse, Victor não conseguiria fugir da bola.

Isso não diminui a bela atuação do excelente goleiro do Grê­mio. Réver também chutou no corpo de Bruno, e a bola en­­trou. O grande goleiro não é o que defende algumas bolas impossíveis, e sim o que defende quase todas as possíveis.

Paulo César de Oliveira errou na marcação do primeiro pênalti, a favor do Grêmio. O segundo foi duvidoso. Para marcar pênaltis, Paulo César, entre os árbitros, é o pior dos piores. Há anos que erra e não aprende. Jogo que apita tem quase sempre um pênalti.

O Grêmio é o melhor time em casa e o pior fora. Só conseguiu dois pontos. Já surgiram milhares de explicações. Nenhuma convence, isoladamente. "As coisas não têm explicação; têm existência" (Fernando Pessoa). No futebol, mais ainda. A explicação, quando existe, é posterior ao fato.

Para a maioria dos comentaristas, os técnicos continuam ga­­nhando e perdendo as partidas. A atuação dos jogadores e a imprevisibilidade do futebol são detalhes menos importantes.

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William, bom zagueiro do Co­­rinthians, disse no programa Are­na SporTV que, quase sempre, a imprensa vê as partidas diferentemente dos jogadores e treinadores. A razão deve estar dos dois la­­dos. Há jogadores e treinadores que só enxergam o que querem, e parte da imprensa entende pouco de futebol. Além disso, várias pessoas podem ver corretamente e de diferentes maneiras. É essencial a diversidade de opiniões.

O primeiro turno teve muita emoção e, algumas vezes, bom fu­­tebol. No segundo haverá mais. O que não se pode é confundir qualidade técnica com disciplina tática e correria. A moda é dizer que o jogo teve muita intensidade. Para­fraseando José Simão, tucanaram a correria.

A cada dia, mais pessoas desaprendem o que é um bom jogo de futebol. Outros sabem, mas fingem que não sabem, para não cair a audiência. Qualquer pelada é um grande jogo, de muita intensidade. Ainda bem que existem críticos exigentes, como Fernando Calazans (O Globo e ESPN Brasil).