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A seleção brasileira tem muito mais virtudes, in­­dividuais e coletivas, que deficiências. Há excelentes jogadores em quase todas as posições. Falta um craque no meio de campo, que não existe há muito tempo, um ótimo lateral esquerdo e reservas com quase o mesmo ní­­vel de Kaká, Robinho e Luís Fa­­biano.

Se a Copa fosse hoje, Marcos teria que ser o primeiro reserva de Júlio César. Fábio e Victor são também melhores que Doni e Gomes, que têm sido chamados. E ainda há Rogério Ceni, que brevemente voltará ao gol do São Paulo.

André Santos não teve ótimas atuações na Copa das Confe­­de­­rações, mas foi o melhor lateral esquerdo testado por Dunga. Felipe Melo, uma convocação surpreendente na época, melhorou a qualidade no meio.

Júlio Baptista, Nilmar, Diego Tardelli e Pato, que não foi chamado para o amistoso de hoje, são destaques de seus times, mas não são hoje boas opções. Seleção é di­­ferente. Prefiro Adriano e Grafite, pelo que joga na Alemanha e pelo que jogou no São Paulo e no Goiás. É um excelente atacante, com muita força física e muita técnica.

Como Gilberto Silva e Felipe Melo atuam muito pelo meio, e Elano ou Ramires, pela direita, falta um armador pela esquerda, que avance e que proteja o lateral. Por isso, o Brasil leva muito mais gols de jogadas por esse setor.

Quando dá tempo, Robinho volta para marcar pela esquerda. Mas, ele é muito mais importante um pouco mais à frente para aproveitar os contra-ataques. Essa jogada e as bolas paradas são pontos fortes da seleção.

A equipe marca também muito atrás. Por isso, sofreu grande pressão em alguns jogos das Eli­­mi­­natórias, quando Júlio César fez defesas espetaculares. Na Copa das Confederações, em alguns mo­­mentos, o time adiantou a marcação e foi melhor.

Ainda bem que Dunga não vai atrás da moda dos técnicos brasileiros de escalar três zagueiros e de fazer marcação individual.

No Flamengo, Aírton, Willians e Toró, desde o início do campeonato, não param de correr atrás do adversário. Nada mais confuso. Quando recuperam a bola, já estão cansados e erram o passe. Se não fosse Ronaldo Angelim, um za­­gueiro inteligente, a defesa ficaria muito pior. Mesmo assim, é a que sofreu mais gols entre os 11 primeiros.

A seleção marca por setor e joga com dois zagueiros, dois laterais que se revezam no apoio, três no meio e três na frente. Simples e eficiente.

Na semana passada, Dunga criticou o mundo do futebol por dar mais valor à tática do que à técnica dos jogadores. Dunga continua evoluindo.

Clássico brasileiro

No Mineirão, o Atlético, contra qualquer adversário, tem marcado por pressão, desde o início, para tentar fazer um gol na frente. Os resultados têm sido ótimos. Quando não faz o gol, complica. A equipe cansa. Assim, aconteceram alguns maus resultados. Celso Roth e Muricy sabem disso.

Tardelli vai fazer falta. O Pal­­mei­­ras não possui também um ótim­­o atacante. Ortigoza é fraco, e Obina, muito irregular. Obina é en­­deusado e ridicularizado, chamado de grande artilheiro e de perna de pau. Obina é um mistério.

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