No final de semana, assisti à maior parte de três excelentes partidas: Barcelona x Osasuna, Roma x Milan e Manchester United x Chelsea.

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Estavam presentes quatro dos cinco melhores da temporada. Cristiano Ronaldo foi, merecidamente, eleito o craque do ano. Pelo que jogou nos últimos meses, Messi é hoje o melhor.

Foi muito bom ver dois baixinhos entre os cinco selecionados. Messi mede 1,69 m e Xavi, 1,70 m. Os baixinhos estão novamente por cima. Em outras épocas, essa era a média de altura dos grandes craques. Pelé tem 1,72 m.

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O Barcelona tem jogado tão bem como no período em que Ronaldinho foi eleito duas vezes o melhor do ano, e o time conquistou o bicampeonato espanhol e a Copa dos Campeões da Europa. Messi é hoje o Ronaldinho de ontem.

O time catalão ficou mais forte pela direita. Daniel Alves é uma mistura de ala com lateral. Avança muito bem como ala, pela ponta e pela meia-direita, e faz parte da linha de quatro defensores. Isso é possível porque o lateral-esquerdo fica mais recuado.

O Barcelona manteve o esquema tático e o estilo da época do técnico Rijkaard, com três no meio-de-campo, três na frente e muita troca de passes para manter a posse de bola. É o mesmo estilo da seleção da Espanha, campeã da Eurocopa.

O Manchester possui um estilo parecido, embora tenha mais pressa e velocidade para chegar ao gol. São equipes que lembram os grandes times brasileiros do passado. O futebol fica mais bonito, sem perder a eficiência. Mas isso só pode ser feito por times que possuem ótimos jogadores.

No clássico italiano, o Milan atuou com seis jogadores talentosos do meio para frente. Beckham, Pirlo e Seedorf formavam o meio-de-campo, com Kaká, Ronaldinho e Pato mais adiantados. Beckham é um grande exemplo de jogador extremamente técnico, mas com pouquíssima habilidade. Nunca o vi dar um drible. Por isso e por outros motivos, não é um craque. Mas é excelente.

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Ronaldinho tem atuado bem. Mas ainda não recuperou a velocidade, a mobilidade e a agressividade que tinha nas jogadas em direção ao gol. Passou apenas a ser um excepcional passador de bola. Ronaldinho gostou tanto do cantinho pela esquerda, que não sai de lá. Não acho que sua dificuldade principal seja física. É mais por mudança de estilo. Os grandes craques, que atingiram o topo e ganharam muita fama e fortuna, não conseguem, por fatores conscientes e inconscientes, manter o esplendor técnico por muito tempo.

No clássico inglês, o Manchester ganhou por 3 a 0. A diferença dos dois times não está na qualidade individual nem no esquema tático, e sim na leveza da equipe do Manchester. O Chelsea é um time com muitos jogadores pesados. Felipão deve ainda sonhar com Robinho.

Essas três partidas mostram que ainda existe futebol de grande qualidade, de muita técnica, criatividade, habilidade e também bonito. Porém, na Europa, como aqui, há muitos jogadores ruins. Muitos atletas que atuam no Brasil são melhores que muitos badalados de lá. O futebol que se joga na Europa não é tão bom nem o que se joga aqui é tão ruim.