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No ótimo clássico entre Santos e São Paulo, Luxemburgo e Muricy tentaram acertadamente e de todas as maneiras neutralizar e surpreender o adversário. Enquanto isso, no grande clássico espanhol entre Real Madrid e Barcelona, os treinadores Fábio Capello e Rijkaard fizeram várias besteiras.

As duas partidas foram mais uma demonstração de que os principais técnicos brasileiros são tão bons ou melhores que os mais famosos da Europa. Aqui como lá, há também treinadores ruins. Os ruins do Brasil são mais deslumbrados que os ruins da Europa.

Rijkaard, do Barcelona, repetiu o confuso esquema do jogo contra o Liverpool, ao escalar um time sem laterais ou alas. Havia um grande corredor pelos lados, que o Real Madrid poderia aproveitar melhor.

Com a expulsão do Oleguer no final do primeiro tempo e a entrada de um defensor (Sylvinho) no lugar de um atacante (Eto´o), o Barcelona ficou com um lateral esquerdo e sem um lateral pela direita. Aí, o Capello, em vez de aproveitar o grande espaço por esse setor, pôs o Robinho pela direita para marcar o Sylvinho.

Pior, após a entrada do Belletti pela lateral direita, o técnico do Real deslocou Robinho para a esquerda para vigiar o Belletti. O Barcelona, que estava perdido, tinha um jogador a menos e tinha tudo para perder, até de goleada, reagiu e empatou, graças ao talento individual de Messi e Ronaldinho.

Apesar de merecer ser titular do Real Madrid, não ser bem aproveitado pelo técnico e de não atuar mal quando entra, falta ao Robinho, para deslanchar no futebol europeu, ser o principal personagem de um grande jogo, como foi o jovem Messi nesse clássico com três gols, e como foram tantas vezes Ronaldinho, Kaká, Ronaldo, Romário, Juninho, Rivaldo e outros brasileiros que encantaram e encantam o mundo.

Violência

O clássico entre Santos e São Paulo, uma excelente partida, do mesmo nível dos maiores clássicos europeus, foi também mais uma demonstração da violência do futebol brasileiro.

A violência, uma característica marcante da sociedade brasileira, é cada vez mais freqüente no futebol, por causa do ambiente hostil fora do estádio e nas arquibancadas, pela falta de respeito entre os jogadores, pela contribuição de parte da imprensa que adora uma fofoca e pela influência dos treinadores, que não mandam bater, mas supervalorizam a estratégia do jogo ríspido e de parar a jogada com falta. A agressividade dos atletas fica próxima da violência. Basta um estímulo para desencadeá-la.

Eu não disse que a trombada entre Antônio Carlos e Leandro foi uma disputa normal entre um jogador mais alto e mais forte com um menor e mais fraco, como falou o apresentador do Sportv, Cléber Machado. Pelo contrário, afirmei na Rádio Jovem Pan que foi uma selvageria dos dois jogadores, que mereciam ser expulsos.

Preconceitos

As reações durante e após a partida sobre o erro da Ana Paula na anulação do gol do Santos, foram mais uma evidência dos preconceitos, dos dois lados, que existem contra a mulher. Alguns querem protegê-la demais por ser mulher e outros ironizam e a criticam excessivamente por também ser mulher.

As mulheres querem apenas ser tratadas e respeitadas como os homens, sem diferenças, nas oportunidades e nas avaliações de seus trabalhos. Os homens ainda não entenderam isso. Os preconceitos só vão acabar quando elas deixarem de ser curiosidades entre os homens e não existir mais o Dia Internacional da Mulher, que é também uma forma de discriminação.

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