Como ainda não tive chance de escrever sobre o que aconteceu na quarta-feira, continuo com o assunto, que já ficou velho. O jogo entre Brasil e Chile foi gostoso de ver. Poderia terminar 6 a 4 para o Brasil.

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O Chile, formado por atletas modestos, é a única equipe do mun­­do que, em casa ou fora, contra times superiores ou inferiores, marca por pressão e ataca com muitos jogadores (um centroavante, dois pontas, um meia ofensivo e dois alas, ou melhor, dois armadores pelos lados). Ficam quatro atrás (três zagueiros e um volante).

Quando o time avança, sobram muitos espaços na defesa. Além disso, os defensores são pequenos e fracos. Três dos quatro gols do Brasil saíram de jogadas pelo alto.

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Não dá para o Chile enfrentar o Brasil jogando dessa forma. Mas dá para ganhar e jogar bem contra a maioria das outras equipes. O Chi­le, que foi o último na Elimi­­na­­tória anterior e que não vai à Copa desde 1998, tem ótimas chances de ir à próxima. Se isso se confirmar, o "lou­co" Bielsa terá razão.

A melhor seleção das últimas três Eliminatórias, incluindo a atual, foi a da Argentina, para a Copa de 2002, dirigida por Bielsa. A equipe jogava da mesma maneira que o Chile de hoje. O Brasil só conseguiu a vaga no último jogo. Na Copa, o time brasileiro foi campeão, e a favorita Argentina foi eli­­minada na primeira fase. Nem sempre os loucos têm razão. Em 2004, a Argentina, dirigida por Bielsa, ganhou a medalha de ouro na Olimpíada.

Se o Chile tivesse um goleiro como Júlio César e zagueiros como Lúcio, Luisão e Juan, já estaria classificado para o Mundial. Se o Brasil, com tantos excelentes jogadores, utilizasse a mesma estratégia do Chile, o que aconteceria?

Certamente, o Brasil correria mais riscos, principalmente em jogos mata-mata, como na Copa. Por outro lado, teria atuações mais espetaculares. Poderia ganhar ou perder, dando show. Não há também nenhuma certeza de que a atual e eficiente seleção do Brasil vai dar certo na Copa.

Há várias maneiras, no futebol, de jogar bem e de jogar mal, de ganhar e de perder. Quem tem mais razão, um louco, como Bielsa, ou alguém excessivamente normal, como Dunga?

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Coisas diferentes

Não misturem minhas palavras. Já escrevi mil vezes que os craques brilham quando atuam em equipes organizadas. Messi é um bom exemplo. Os técnicos são importantes. Isso é uma coisa. Outra, bem diferente, que critico, é supervalorizar os treinadores, dar mais importância a eles que aos jogadores e analisar tudo a partir da conduta dos técnicos.

Força desproporcionalNilmar mostrou suas virtudes e aproveitou a fragilidade defensiva do Chile. Os apressados já querem colocá-lo no lugar de Ro­­­bi­nho. André Santos, com pouca ajuda, para defender e atacar, foi driblado várias vezes. Felipe Melo deu um pontapé no adversário e, depois, disse que futebol é para macho. Lamentável, pelas palavras e pela agressão. Um comentarista do SporTV disse que Felipe Melo utilizou uma força desproporcional. Essa é mais um expressão da moda.