Johannesburgo - Espanha e Holanda, que nunca foram campeãs, vão disputar o título.
Se o jogo de futebol fosse definido pelo time que comandasse a partida, que jogasse mais bonito e que tivesse mais talento individual, seria uma goleada da Espanha sobre a Alemanha. Como os atacantes espanhóis não resolviam, o zagueiro Puyol, símbolo da raça, foi para área e, de cabeça, fez o heroico gol.
A Espanha, mesmo sem grande poder ofensivo, voltou a trocar passes e a comandar a partida, como fez nos últimos quatro anos. A Alemanha, recuada, tentando jogar no contra-ataque, voltou a jogar como fez nos últimos quatro anos, sem brilho. A Alemanha estava melhor na Copa. A Espanha é melhor.
Nova era
Como se esperava, Ricardo Teixeira, antes que Dunga e Jorginho sonhassem em continuar, demitiu os dois e a comissão técnica. Agora, a palavra é renovação. Antes, era disciplina.
Para a CBF, chega de técnico tosco, radical, de cara amarrada e que corte os privilégios da TV Globo. Técnico, agora, tem que ser sorridente e tratar bem os patrocinadores e parceiros da CBF.
Porque é tão difícil no Brasil, no futebol e em várias atividades públicas, ter profissionais independentes, que não privilegiem ninguém e que, ao mesmo tempo, tenha uma relação agradável com as pessoas? Porque tem que ser um extremo ou outro, radical ou bonzinho?
Mediocrizar
Ontem, minha coluna e a de Juca Kfouri (na Folha de S. Paulo) tinham o mesmo título: "Laranja madura". Não combinamos nem foi erro do jornal. Foi uma coincidência.
Estou autorizado pelo companheiro e professor Pasquale Cipro Neto a escrever a palavra "mediocrizar", que não está em meu dicionário. Eu mediocrizo, tu mediocrizas... O mundo está cada vez mais medíocre e igual. Todos fazem, falam, pensam e sonham da mesma maneira. Há exceções.
A maior prova de que o mundo está igual foi ver, aqui na Cidade do Cabo, alguns jovens japoneses furando fila. Perdi as ilusões. O mundo está perdido.
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