Para ser um super craque-artilheiro, como foi Romário, é preciso entrar na área sem medo, com uma descontraída seriedade, como se estivesse em casa.
Para ser um super craque-artilheiro, como foi Romário, é preciso perceber a velocidade e os movimentos corporais dos companheiros e adversários. Em vez de procurar a disputa da bola com o defensor, como faz a maioria dos atacantes, Romário vai esperá-la sozinho, no lugar certo. Simples e óbvio.
Para ser um super craque-artilheiro, como foi Romário, é preciso também fazer gols bonitos. Como já disse Soninha, gol espetacular deveria valer por dois.
Para ser um super craque-artilheiro, como foi Romário, é preciso ter muita velocidade para os pequenos e grandes espaços. Quando era jovem, Romário se colocava na linha do meio-campo ou na intermediária do outro time, mapeava tudo que estava em sua volta, lia o pensamento do companheiro que estava com a bola, e partia no momento certo para recebê-la na frente e antes do goleiro.
Para ser um super craque-artilheiro, como foi Romário, é preciso conhecer bem suas qualidades e ter confiança no que faz. Romário sabia que era um fenômeno e não escondia isso. "A humildade não é desconhecer o que somos; é conhecer e reconhecer o que não somos".
Para ser um super craque-artilheiro, como foi Romário, é preciso ser simples, conciso e saber esperar o momento certo de brilhar. Só os gênios conhecem a simplicidade.
Para ser um super craque-artilheiro, como foi Romário, é preciso ter muita habilidade, técnica e criatividade. Ninguém ensinou isso a ele. Aprendeu brincando nos campos de pelada na infância, sem regras, sem saber a sua posição e sem professores para atrapalhar. É na infância que surge o talento. Mais tarde, nas categorias de base e de profissionais, o talento vai desenvolver. Aí, entram os professores.
Carlos Drumond de Andrade, disse que "mais difícil que fazer mil gols é fazer um gol como Pelé". Diria também que mais difícil que fazer um gol bonito é fazer mil gols, como vai fazer Romário.
Amor e paixão
O Flamengo mostrou novamente contra o Paraná que tem um time organizado. A equipe é melhor que a do Vasco, mas clássico é clássico, já disse Pedro Álvares Cabral quando chegou ao Brasil, logo após a derrota de sua tripulação para os índios.
A torcida do Flamengo continua vaiando o Souza para dizer que ama o Obina. Ela deveria parar ou as vaias estimulam Souza a fazer gols, como tem ocorrido? Souza é um ótimo centroavante. Só falta freqüentar a Escolinha do Romário, de como perder poucos gols. Como a paixão é cega, os torcedores ainda não perceberam que Souza é melhor que Obina.
Mas como toda paixão costuma acabar em um tempo variável e se transformar em amor ou ódio, será que um dia os torcedores do Flamengo vão gritar que o Souza é melhor que Obina?
Endeusamento
Há hoje um excessivo endeusamento do Santos e do São Paulo. São duas boas equipes, as melhores no momento do futebol brasileiro, mas não são excepcionais. No meio de semana, o São Paulo jogou mal novamente e perdeu para o Necaxa. Já o Santos sofreu uma grande pressão do fraco time do Gimnasia y Esgrima. Se fosse o Boca, o Santos teria levado muitos gols, mesmo com o ótimo goleiro Fábio Costa. Mesmo assim, por causa da vitória, a atuação do Santos foi bastante elogiada.
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