Por precisar da vitória e jogar em casa, o São Paulo vai pressionar desde o início? O Corinthians vai recuar para contra-atacar? Se o São Paulo mantiver a sua enorme competência nas bolas paradas e tocar mais a bola, será ainda mais eficiente, além de jogar mais bonito. A equipe exagera nos cruzamentos para a área.

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Não sei se será a melhor estratégia, mas se o Corinthians tentar repetir a postura ofensiva do jogo anterior, certamente será ótimo para o espetáculo. Já imaginou uma partida entre dois grandes, mais ou menos do mesmo nível, em que os dois procurem com gana a vitória? Isso não é utopia. Chelsea e Liverpool fizeram isso no empate por 4 a 4. Foi um jogaço.

Para jogar no ataque, não é preciso, necessariamente, ter muitos atacantes. O time que toma a bola mais na frente chega com mais jogadores no ataque, mesmo com apenas um atacante fixo. "Quem ataca é atacante" (Armando Nogueira).

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Na partida anterior, Dentinho e Jorge Henrique, um de cada lado, marcavam e atacavam. Ronaldo era o centroavante. Podemos dizer que o Corinthians jogou com três atacantes, além de um meia ofensivo (Douglas), ou que atuou com três meias e apenas um atacante. Não faz diferença.

Os dois treinadores sabem que a melhor maneira de atacar um time com três zagueiros é colocar um atacante de cada lado e mais um centroavante. Isso obriga os zagueiros a saírem para a lateral, e/ou os alas a terem mais preocupação com os espaços nas suas costas. Foi o que fez o Corinthians. Hoje, até isso poderá se inverter.

Além dos artilheiros habituais, estarão presentes, dos dois lados, armadores que marcam e avançam para fazer gols. Os técnicos brasileiros descobriram o óbvio, que jogadores de meio de campo que chegam de trás não são geralmente marcados. Mano Menezes e Muricy, dois excelentes treinadores, já pensaram em tudo, até como se protegerem das surpresas. Porém, com exceção de alguns momentos especiais, quem decide são os jogadores, e não os treinadores.

Vice-campeão

No Rio, quem será novamente vice, Cuca ou o Botafogo? Cuca ficou magoado com as críticas irônicas da torcida do Botafogo, na decisão do primeiro turno. Se o Flamengo perder, a gozação será muito maior. Se vencer, Cuca terá que esperar a final do campeonato para retribuir a gozação. Sem ofensa.

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Pelé e os outros

Parafraseando Jô Soares e não querendo corrigir, mas corrigindo o mestre Juca Kfouri, pelo que ele escreveu na coluna de quinta-feira, eu disse, antes da Copa de 2006, quando Ronaldinho maravilhava o mundo, que se ele jogasse tudo que sabia, e o Brasil fosse campeão, Ronaldinho poderia atingir o nível de Maradona e Garrincha. Pelé não entra nessa comparação. Pelé era de outro mundo.

Livro e futebol

Entro hoje de férias. A coluna voltará a ser publicada no dia 10 de maio. Vou desfrutar de outros prazeres da vida, terminar de ler o belo livro de Chico Buarque, "Leite derramado", e ver pela TV as partidas da Copa dos Campeões. Infelizmente, não vai dar para assistir às finais dos Estaduais.