Já se espalhou pelo Brasil a moda europeia de jogar com quatro defensores, dois volantes, uma linha de três (um pelo meio e um de cada lado) e mais um centroavante. Podem chamar de 4-2-3-1 ou 4-2-1-3. Não faz diferença.

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Fluminense e Cruzeiro jo­­gam à moda antiga, com uma dupla de atacantes formada por um centroavante e um atacante mais rápido e pelos lados. O Corinthians não tem uma formação fixa. Bruno César, Iarley e Jorge Henrique trocam muito de posições.

O Palmeiras tem jogado no tradicional 4-4-2, com quatro defensores, uma linha de quatro no meio (dois volantes e um armador de cada lado) e dois mais adiantados. Como os dois armadores pelos lados (Tinga e Márcio Araújo) avançam pelas pontas, e Valdívia volta até o meio de campo, deixando Klé­­ber sozinho na frente, o esquema se torna muito parecido ao da moda atual (4-2-3-1 ou 4-2-1-3).

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Desde a época em que se amarrava cachorro com linguiça, expressão dita por Felipão, os times jogam com atacantes pelos lados (pontas). Os holandeses e o Barcelona, há muito tempo, atuam no 4-3-3, com três no meio e três na frente. É um esquema também parecido com o da moda atual.

Em todas essas formações táticas, há apenas um atacante fixo. Podem chamar de 4-5-1. As coisas vão e voltam, com novos detalhes e disfarçadas com outros nomes. Isso não significa que o futebol não mudou. Hoje, é outro, para melhor e para pior.

Para definir a maneira de jogar, muito mais importante que o desenho tático, são as características dos jogadores, onde começa a marcação, se o time prioriza a posse de bola e a troca de passes ou as jogadas rápidas em direção ao gol, e outros detalhes. Não se deve confundir velocidade com pressa nem passes longos com chutões para a frente e para a área, para se livrar da bola.

Os jogadores que voltam do exterior falam que o futebol brasileiro está muito corrido, brigado, que está mais difícil jogar aqui que fora. É uma descaracterização do futebol brasileiro. Nas séries B, C e D, há também muita correria, pegada, emoção.

Por outro lado, temos hoje, na Série A, mais jogadores de ta­­lento que em anos atrás. O talento independe do estilo.

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Muitos de meus leitores gostam de detalhes técnicos e táticos. Outros preferem minhas divagações e filosofias de botequim. Gosto dos dois jeitos. Estou dividido entre os números e o mistério, entre a razão e a utopia.