Na semana passada estive alguns dias no Rio somente para passear, onde não ia há uns seis anos. Não vi nenhuma bala perdida, nenhuma celebridade no calçadão da praia, nenhum arrastão e nenhuma manifestação a favor ou contra o movimento "Cansei".

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O Rio está ainda mais lindo, bem policiado e limpo. Será somente por causa do Pan e do Parapan? Falo de Copacabana, Leme, Ipanema e Leblon, lugares onde estive, e não do Rio marginal. São dois mundos opostos. Entendi também porque o morador do Leblon gosta tanto do bairro.

Enquanto o torcedor do Flamengo e do Fluminense estão preocupados com o futuro do time e o do Vasco está eufórico com a ótima campanha e ascensão da equipe o do Botafogo tenta compreender a queda de rendimento do clube.

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Entre tantos fatores conhecidos e bastante discutidos, um torcedor me disse que o Botafogo arrisca muito, joga à moda antiga, fora da realidade atual, como se tivesse os craques de outras épocas. Acrescentaria que os atletas não estavam acostumados com tantos elogios e não suportaram a responsabilidade de jogar sempre bonito e com eficiência.

O Cruzeiro, time que fez mais gols no brasileiro, poderá substituir o Botafogo no segundo turno, não só na disputa pelo título como também no imaginário do torcedor que gosta de equipes ofensivas e que fazem muitos gols. A diferença é que o Cruzeiro atua num estilo muito veloz, de muita correria, e o Botafogo, de mais toque de bola, mais parecido com o do passado.

O futebol mudou para melhor em algumas coisas e para pior em outras. Evoluíram a condição física, a velocidade e mobilidade dos atletas, a marcação, a capacidade dos jogadores de executarem várias funções e a eficiência nas bolas paradas. Quando tudo isso está associado ao talento individual formam-se ótimas equipes.

O futebol do passado era diferente, mais lento, menos tático e de menos contato físico. Isso não significa que os jogadores das grandes equipes não eram bem preparados fisicamente e que eram bastante individualistas. O que mudou foi o estilo.

Havia mais espaços para os jogadores brilharem e também para mostrarem suas deficiências. Era mais fácil separar o craque do grosso. Hoje, eles se confundem.

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Nem tudo que é moderno é pior do que era no passado, como falam os saudosistas, e nem tudo que se fazia em outras épocas está ultrapassado, como dizem os "modernistas", principalmente treinadores e jovens comentaristas, apaixonados pelo tecnicismo e pelo cientificismo.

Quando alguém elogia mesmo as coisas boas do passado é chamado de saudosista. Todos somos saudosos de algo, mesmo do que nunca existiu. Já a palavra modernista não tem a conotação depreciativa. Pelo contrário, é motivo de elogios.

Ser moderno não é apenas repetir o que está na moda, ser apaixonado pelas coisas modernas; é também aceitar mudanças, aperfeiçoar, inovar, fazer do seu jeito, e aproveitar as experiências e os bons conhecimentos do passado para entender e melhorar o presente e sonhar com o futuro.

tostaocoluna@hotmail.com