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Se um ET estudasse a história do futebol e chegasse, de repente, ao Equador, diria que o Brasil, com a camisa amarela, confirmou seu talento, massacrou o adversário, mas que não teve sorte nas finalizações. O ET falaria ainda que o modesto time do Equador, com a camisa azul, fez o que podia, ou seja, defender, além de contar com as defesas espetaculares de seu goleiro.

O Brasil não teve muita posse de bola, como pedia Dunga, porque, literalmente, não teve meio-de-campo para marcar nem para criar. Gilberto Silva e Felipe Mello jogaram de zagueiros. Pareciam irmãos siameses, um colado no outro. Elano era o protetor de Maicon (depois de Daniel Alves). Ronaldinho, mais uma vez, jogou como um veterano em final de carreira, contra atletas jovens e fortes.

Como ocorreu contra a Itália, Marcelo, que não marca bem, ficou desprotegido, já que Gilberto Silva e Felipe Mello atuaram muito recuados e só pelo meio. O Equador deitou e rolou pelo lado do lateral. Ânderson, que poderia dar mais mobilidade e habilidade ao meio-de-campo, além de marcar mais à frente e mais pela esquerda, não ficou nem na reserva.

Hoje, em casa e contra o Peru, último colocado, o Brasil tem todas as chances de jogar bem e de golear. Nem isso é certeza, mesmo com Kaká.

Professor Maradona

A Argentina apenas jogou bem contra a fraca Venezuela. Não foi excepcional. Quem deu show mais uma vez foi Messi. Enfim, depois de Maradona, a Argentina possui um supercraque.

Como disse o mestre José Trajano, existe um encantamento entre o povo argentino e sua seleção, que aumentou bastante com a chegada de Maradona. Isso não ocorre entre Dunga, o público e a seleção brasileira. Como é frequente na paixão, não sei até quando vai durar essa intensa relação afetiva entre o torcedor e o técnico Maradona.

Maradona disse que estava feliz porque o torcedor gostou e ficou animado com a seleção. Já Dunga falou que o importante é o resultado e que foi bom o empate. Essa é a diferença entre os dois.

Nos dois amistosos anteriores, Maradona armou a equipe com duas linhas de quatro e dois atacantes. Contra a Venezuela, ele trocou um dos defensores por um terceiro atacante. O time ficou mais ofensivo, com três zagueiros, a mesma linha de quatro e três atacantes.

O esquema com três zagueiros é bom para se jogar no ataque. Os técnicos brasileiros não pensam assim. Basta o seu time fazer um gol na frente para colocar um terceiro zagueiro. Se a equipe está perdendo, trocam o terceiro zagueiro por mais um atacante.

Os armadores pelos lados, no esquema com duas linhas de quatro, ocupam a mesma posição e têm a mesma função de um ala, no esquema com três zagueiros. É o que fez Maradona. Trocou um defensor por um terceiro atacante e manteve a linha de quatro no meio-de-campo.

Os técnicos brasileiros não pensam assim. Escalam três zagueiros e dois laterais (alas). Ala não é um lateral que apoia mais que o habitual. Ala é um armador pelos lados.

Será que Maradona, que dava aulas no gramado, vai ser um professor dos treinadores?

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