Hoje é dia de muitos e bons jogos. Começam à tarde e terminam pela madrugada. A grande jornada esportiva, como dizem os locutores de rádio, inicia com os programas de rádio e tevê. Os comentaristas raramente acertam os prognósticos. Erro ainda mais. Os imprevistos do futebol zombam de nosso pretensos conhecimentos lógicos.

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Vou pegar uma carona na minha fantasia e descer em Barcelona para torcer no meio da galera para o time catalão, contra o Milan.

Lembro do Telê. O Barcelona, a seleção de 82 e o São Paulo, bicampeão do mundo, têm uma característica comum, que é a freqüente troca de posições dos jogadores do meio para frente.

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Normalmente, quando assisto a uma partida, na televisão ou no campo, dá para perceber em poucos minutos qual a formação tática dos dois times, já que os atletas ocupam posições fixas e fazem as mesmas coisas na maior parte do jogo.

No São Paulo, dirigido pelo Telê, era difícil saber a posição exata do Cafu, Raí, Palhinha e Muller. Não havia centroavante. Na seleção de 82, Zico, Sócrates, Cerezo, Falcão e Éder estavam em todos os lugares. Não existiam pontas. No Barcelona, os dois meias desarmam, armam e atacam pela direita e pela esquerda e os três atacantes trocam muito de posição.

As referências de posicionamento e a disciplina tática são importantes para se organizar um time, porém os jogadores não precisam ser tão obedientes às instruções dos "professores", apaixonados pelas suas pranchetas.

Já o Milan é um time mais previsível. Com exceção do Kaká, que se movimenta por todos os lados, os outros têm posição fixa. Mas o Milan tem vários jogadores excepcionais, experientes e não será surpresa se eliminar o Barcelona.

De Barcelona retorno para ver o clássico entre São Paulo e Palmeiras. Será que os jogadores do Palmeiras vão reagir e jogar melhor para mostrar que não são tão fracos como pensam muitos torcedores e o ex-técnico Leão?

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Em qualquer relação profissional e pessoal, o comportamento autoritário de técnicos e de outros pequenos e grandes ditadores funciona bem no início, mas com o tempo costuma evoluir para um vinculo de temor, de medo e de pouca admiração. É um alívio quando se rompe essa tensão.

Certamente, não existiu um plano, com chefe e tudo, para derrubar o Leão, mas pode ter havido nesse final, inconscientemente, uma indiferença, uma falta de cumplicidade dos atletas para com o técnico.

Em qualquer situação, o São Paulo é superior ao Palmeiras. Contudo, o elenco do Verdão não é fraco. Com exceções de São Paulo, Corinthians e Internacional, o time do Parque Antártica está no nível das outras melhores equipes brasileiras. Pode acontecer também que com um novo técnico mais tranqüilo a equipe corrija a sua principal deficiência, que é a afobação, a pressa de se livrar da bola.

Após esse clássico, não sei qual jogo vou assistir. Há várias opções. Prefiro ver toda uma partida a parte de duas ou de várias. Ainda não sei comentar os jogos pelos melhores momentos ou por resumos da internet.

O River Plate, dirigido pelo Passarella, vai tentar sufocar o Corinthians e decidir o jogo no início. Por outro lado, deixará muitos espaços na defesa para o Corinthians contra-atacar com os velozes e hábeis Tevez e Nilmar.

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Teremos também boas partidas pela Copa do Brasil. Os grandes do Rio mostraram no início do brasileiro um melhor preparo físico um futebol mais veloz, competitivo e de mais marcação. Sem ótimos jogadores, isso é fundamental. Mas é ainda muito cedo para se fazer uma avaliação correta.

O Fluminense, com uma mistura de bons jogadores jovens e experientes, deve fazer uma partida equilibrada contra o Cruzeiro. O time mineiro tem alguns excelentes atletas, muito poder ofensivo, porém continua com um vazio no meio-de-campo. Os dois meias e dois atacantes ficam muito na frente, os defensores e o volante-zagueiro Diogo muito atrás e o Fabio Santos fica sozinho no meio-de-campo para marcar e desarmar.

Infelizmente, acabou o espaço para falar de outros jogos. Espero que os times e jogadores, mais bem orientados pelos seus técnicos e inspirados no Telê, pratiquem hoje e sempre um futebol mais limpo, bonito e eficiente.