• Carregando...

No reencontro da seleção com o Maracanã, não vi pela tevê ex-jogadores entre os convidados. Os repórteres só mostravam as celebridades da Globo. Parecia que a festa era também da emissora. Ex-atletas gostariam de estar presentes.

Se fosse convidado, não iria. Recusei vários convites parecidos. Como colunista, preciso ter total isenção e nenhum constrangimento para elogiar ou criticar. Não gosto também da maneira como a CBF é dirigida.

Prefiro ainda ficar em casa vendo os jogos pela tevê – perco detalhes e ganho outros –, ao lado de pessoas queridas, dos passarinhos e da minha cachorra Lambreca, que ficou diabética e precisa de meus cuidados. Ela necessita de duas injeções de insulina por dia. Voltei a ser médico.

Contra o Equador, foram duas partidas bem diferentes em uma só. O time jogava mal e em menos de vinte minutos saíram quatro gols e algumas belíssimas jogadas. Felizmente, a decepção se transformou em uma festa de reconciliação do torcedor com a seleção e seus craques.

Três gols do Brasil saíram de finalizações de Kaká perto da área e os outros dois em jogadas de Robinho pelos lados. Com isso, aumentou a minha convicção que é melhor para a seleção – não necessariamente para os três craques -, que Kaká atue mais perto do centroavante, Robinho mais pelos lados e que Ronaldinho assuma a função de meia-armador, maestro da equipe, embora gostasse muito mais dele quando atuava no Barcelona um pouco mais adiantado. Ronaldinho era mais agressivo, mais individualista, mais eficiente, driblava em velocidade e fazia mais jogadas de efeito.

Se a finta é o drible de corpo sem tocar na bola, o lance de Robinho, "vai pra lá que eu vou pra cá", como ele disse, foi uma combinação exata do drible com a finta. Robinho acrescentou ao dicionário do futebol mais um verbete. Mas não foi novidade. Vi Robinho fazer essa jogada outras vezes. O que mudou foi ter ocorrido em uma grande festa e terminada em gol.

Desci do muro

Se o São Paulo ganhar hoje e ficar 14 pontos à frente do Cruzeiro e 12 do Santos, poderemos retirar o quase, o praticamente, e dizer que o São Paulo é o campeão? Se perder, vamos dizer que esquentou a disputa pelo título ou nada muda, já que faltarão seis jogos e o São Paulo terá ainda 8 pontos de frente?

Não vou ficar mais em cima do muro. Mesmo se perder, o São Paulo será o campeão. Se ocorrer uma grandíssima zebra, o leitor vai me perdoar e compreender as limitações de um cronista.

Os poucos pontos conquistados pelo São Paulo nas últimas rodadas foram porque o time relaxou com a enorme vantagem ou isso mostra que a equipe não é muito melhor que as outras?

O Cruzeiro também piorou nos últimos jogos. A equipe empatou e perdeu várias partidas que aparentemente ganharia fácil. O time ia todo para o ataque, corria demais, fazia gols, se cansava e não suportava a pressão do adversário. Uma ótima equipe precisa saber jogar no ataque e no contra-ataque. O Cruzeiro só aprendeu a primeira lição.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]