O Barigüi Crocodiles e o Curitiba Brown Spiders fizeram do primeiro jogo de futebol americano no Brasil com equipamento de proteção completo um grande espetáculo para o bom público que compareceu ao campo do Flamenguinho, no São Braz, em Curitiba, no sábado.
Os Aranhas-Marrons confirmaram o favoritismo e venceram por 33 a 10. Mas o resultado pouco importou para um dia que foi histórico para o crescimento do esporte no Brasil.
O gramado estava pintado com as marcações dividindo o campo em faixas de 10 jardas e as traves eram no tradicional formato em "Y". A entrada dos jogadores ocorreu com muito foguetório e fumaças com as cores de cada time: o Barigüi Crocodiles com o uniforme preto e verde, e o Curitiba Brown Spiders com o laranja e branco. Cheerleaders comandavam a torcida de cada equipe e a organização do evento investiu na ambientação, com narração e música.
"É uma emoção grande, um sonho realizado. A idéia é chamar a atenção e movimentar a cidade para mostrar outro esporte. Trabalhamos muito para trazer os equipamentos e o resultado de hoje é um coroamento. Daqui pra frente, o céu é o limite", comemora Márcio Alves, jogador do Brown Spiders. "Graças ao nosso esforço de treinar todo o sábado, comprar equipamento e agora ver esse público todo querendo ver a gente já valeu a pena", acrescenta Vicente Brasil, atleta do Barigüi Crocodiles.
A equipe dos aracnídeos dominou a partida, mas o melhor lance do jogo ocorreu com uma arrancada dos crocodilos, que atravessou grande parte do campo até chegar à end zone, finalizando com o touchdown. A jogada levou o público ao delírio.
"O futuro do esporte aqui é muito promissor, pois tem muito talento natural e times esforçados", afirmou o técnico da equipe vencedora, Dar Robertson, norte-americano há dois meses no Brasil treinando o time voluntariamente.
Para o ano que vem, está prevista a criação do Campeonato Paranaense de futebol americano, com a participação de equipes de Foz do Iguaçu, Curitiba e Ponta Grossa. Também há a possibilidade do surgimento de um time em Toledo.
O passo seguinte deve ser o fortalecimento da modalidade entre as mulheres. Ainda em formação, o Curitiba Wasps (Vespas) tem seis componentes e já treina nos fins de semana, no Parque Barigüi. Com mais duas integrantes, já pode começar a participar de jogos oficiais na categoria Flag (versão com menor contato físico).
"Não é um esporte violento como muitos pensam, é técnico. Pode-se dizer que é um esporte completo e que não tem um perfil físico estereotipado, pois dependendo da posição, precisa de jogadores mais leves ou mais pesados", explica a fundadora do time Flávia Mariani Martins.
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