Sobrou olé e gritos de que o "freguês voltou". A torcida do Corinthians não teve do que reclamar nesta noite, já a do São Paulo... O Timão, na verdade, não precisou nem apresentar o seu melhor futebol para fazer 3 a 1 no rival do Morumbi neste domingo, no estádio do Pacaembu, pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro. A derrota no clássico, aliás, aumenta o clima de tensão no clube tricolor.

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Diferentemente do Alvinegro, que está bem próximo do título da Copa do Brasil, o São Paulo vive o momento mais turbulento dos últimos anos. Foi eliminado da Libertadores pelo Cruzeiro, teve o técnico Muricy Ramalho demitido e ainda perdeu para um dos principais rivais. Para piorar, a situação do Tricolor na tabela do Nacional não é das melhores. Tem apenas sete pontos e namora a zona de rebaixamento.

Já o Corinthians, com o incontestável triunfo desta noite, aumenta para sete o número de jogos sem perder do rival tricolor e sobe para a quinta colocação, bem perto do bloco de frente. A última derrota aconteceu no dia 11 de fevereiro de 2007, pelo Campeonato Paulista. De lá para cá são quatro vitórias alvinegras e três empates. Antes disso, era o São Paulo quem mantinha um tabu. O clube do Morumbi ficou sem saber o que era cair diante do Timão por mais de quatro anos.

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Sem compromissos durante a semana, Corinthians e São Paulo voltam a campo pelo Campeonato Brasileiro no próximo sábado. A equipe do Parque São Jorge encara o Atlético-PR, às 16h10m, na Arena da Baixada, em Curitiba. Já o time do Morumbi tem desafio em casa, diante do Náutico, no mesmo horário. Pressão, gol e confusão

Como já imaginava, o São Paulo encontrou um forte clima de pressão no estádio Pacaembu na noite deste domingo. A começar pela sua própria torcida. Insatisfeitos com a saída de Muricy Ramalho, demitido após a eliminação da equipe na Taça Libertadores da América, os tricolores gritavam o nome do ex-técnico e entoavam o seguinte canto: "vergonha, vergonha, time sem vergonha".

Em alta depois da vitória sobre o Internacional, na primeira final da Copa do Brasil, os corintianos aproveitaram e provocaram os rivais gritando: "eliminado, eliminado...". A bola, então, rolou, e as duas equipes adotaram postura cautelosa no início do jogo. O Timão, sem Dentinho, entrou com Marcelinho ao lado de Jorge Henrique e Ronaldo. E o Tricolor, que teve Washington vetado, teve Hugo e Borges na linha de frente.

Logo aos 6 minutos, uma nota triste para o Corinthians: Marcelo Oliveira, que retornou recentemente após um ano e dez meses afastado, sentiu lesão muscular na coxa esquerda e deu lugar a Diego. No decorrer da partida, principalmente nos 15 minutos iniciais, os dois times abusaram dos erros de passe e não assustaram os goleiros.

Depois de algumas tentativas frustradas de ambos os lados, enfim um chute a gol saiu certo, aos 16 minutos. E foi do são-paulino Richarlyson. Mas Felipe defendeu. Aos 20, foi a vez de Marlos entrar driblando na área e se jogar reclamando pênalti. Três minutos depois, Jean arriscou de longe. O goleiro do Corinthians salvou de novo.

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A leve superioridade do São Paulo em campo não foi transformada em gol. Fato que fez o Corinthians acordar na partida. E foi preciso dois lances de perigo para os donos da casa abrirem o placar. Aos 31 minutos, Cristian arriscou de longe e assustou Denis. Mais tarde, aos 37, ele não desperdiçou. Após tabela com Douglas, o volante apareceu na grande área e tocou na saída do goleiro.

No lance, Cristian sentiu um problema muscular e pediu para sair. Jucilei entrou. O gol, aliás, esquentou o clima da partida. Aos 38, Júnior César entrou forte em Douglas, que acusou o são-paulino de ser maldoso e avisou que teria volta. Em seguida, ainda por conta desse lance, Jorge Henrique e Hugo se desentenderam. A confusão continuou depois em discussão entre Mano Menezes e Milton Cruz, interino do São Paulo.

Só deu Timão

Em desvantagem no placar, o São Paulo logo foi para cima do Corinthians no segundo tempo. No primeiro minuto, Hugo arriscou de longe e viu Felipe defender. Aos 2 foi a vez de Marlos aparecer bem na área, mas o chute saiu fraco, sem perigo para o goleiro alvinegro. Depois desses dois sustos, o Timão ressurgiu no jogo. E bem.

Primeiro com Diego, aos 4 minutos. O zagueiro apareceu bem no ataque, dominou a bola e chutou rasteiro. Denis fez boa defesa. Aos 9 minutos, o Fenômeno assustou os tricolores. Após passe de Douglas, o atacante dominou, cortou um marcador e arriscou de perna esquerda, de fora da área. O defensor são-paulino salvou.

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Perdido em campo, o clube do Morumbi não suportou a pressão alvinegra e sofreu o segundo gol. Aos 12 minutos, após falta de Eduardo Costa em Marcelinho, o zagueiro Chicão cobrou com perfeição e acertou o ângulo esquerdo de Denis. A Fiel, então, explodiu nas arquibancadas e começou a gritar "olé" a cada toque dos corintianos.

Assim como no começo do jogo, os são-paulinos responderam com os gritos pró-Muricy Ramalho. Porém eles foram calados novamente pelos alvinegros, que falavam assim: "ô, o freguês voltou, o freguês voltou". Aos 17 minutos, mais uma chance para Ronaldo. O Fenômeno puxou o contra-ataque, mas perdeu a bola.

Sem ser pressionado pelo São Paulo, o Corinthians tocou com calma e quase chegou ao terceiro gol aos 23 minutos. Marcelinho fez boa jogada pela esquerda e cruzou para o meio da área. Ronaldo tentou de carrinho, porém não alcançou. Aos 25, mais uma vez o atacante tentou levar o Timão ao ataque, mas passou errado.

Ainda aos gritos de olé da torcida, os donos da casa tocaram a bola com facilidade no meio-campo. Foi então que Jucilei começou a brilhar. Aos 26 minutos, ele resolveu avançar sozinho para a grande área e chutar para desvio de Denis. Na cobrança do escanteio, o volante cabeceou para o chão e marcou o terceiro do Corinthians.

O lance parecia ter derrubado o São Paulo em campo. Infernizado pelo gritos de olé da torcida corintiana, o time tricolor ficou ainda mais abatido em campo. Mas aos 35 minutos esboçou uma reação. Richarlyson apareceu bem na grande área e bateu forte para diminuir.

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