Personagem quase anônimo aos olhos do torcedor, o Coritiba deve em parte a liderança da Série B ao preparador físico Robson Gomes. A estratégia é simples: aproveitar o cansaço dos rivais para matar o jogo no segundo tempo.

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Foi assim que o Coxa empatou com o CRB com um gol do zagueiro Marcelo Batatais; venceu o Vila Nova graças ao oportunismo do lateral-direito Luís Paulo; contou com a estrela de Jefferson, que saiu do banco para igualar um jogo praticamente perdido contra o Náutico; derrubou Paysandu e Gama; e no fim de semana passado, conquistou o simbólico título de inverno ao virar para cima do Avaí, em Florianópolis. Todos os resultados foram assegurados na etapa final das partidas.

Com um aproveitamento de 74%, o Alviverde só perdeu uma vez na fase pós-Copa do Brasileiro – 2 a 1 para o Atlético-MG. Dos 20 pontos conquistados, 14 podem ser creditados na conta de Gomes, que usou os 40 dias de paralisação para a disputa do Mundial para colocar o elenco em forma.

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Tática semelhante foi usada em 2002, durante o torneio do Japão e da Coréia, quando essa mesma comissão técnica montou a base da equipe que seria campeã paranaense invicta e chegaria à Libertadores no ano seguinte.

"Pegamos um grupo totalmente heterogêneo no começo da temporada. Por isso a intertemporada foi importante. Fizemos um trabalho individualizado para que o atleta tivesse o máximo de desempenho dentro da competição", explicou o preparador. "Mas essa seqüência no campeonato deve-se ao alto índice de profissionalismo e o empenho dos atletas durante os treinos", completou, dividindo os méritos do bom momento.

Perfeccionista, ele não abre mão da inseparável prancheta durante os treinos. É nela que Gomes anota as particularidades do trabalho de cada jogador e prepara o roteiro dos exercícios seguintes.

"É muito detalhe, por isso eu preciso ficar atento e escrever tudo. A nossa realização é ver que através da parte física, podemos ajudar a desenvolver a técnica dos jogadores."

Sempre avessos aos os treinamentos sem bola, o elenco se rende aos gritos de incentivo do "professor", que não deixa ninguém parado durante o aquecimento. "Hoje ninguém ganha mais só com a técnica, a parte física é essencial. Não é fácil correr os 90 minutos. Se o time tem conseguido ir bem no segundo tempo, deve-se ao trabalho do Robson", afirmou o lateral-esquerdo Ricardinho.

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