Bastaram poucos dias para se notar uma característica nos treinamentos do técnico Roberto Fonseca: a ênfase nas bolas paradas. Há uma semana no cargo, o novo treinador do Paraná tem dado destaque ao ensaio de jogadas originadas em faltas e escanteios. Sob seu comando, os coletivos com o elenco tricolor são constantemente interrompidos para que ele acerte o posicionamento dos atletas neste tipo de lance.
A estratégia vem dando resultado. Nos dois últimos jogos na Série B, o Paraná marcou dois gols de bola parada, ou 50% das vezes em que balançou a rede. Contra o Salgueiro, na Vila Capanema, o zagueiro Luciano Castán marcou de cabeça o gol da vitória depois de uma cobrança de escanteio. Na última quarta-feira, diante do Goiás, o roteiro foi parecido: cobrança de falta e Everton Garroni cabeceou para marcar um dos três gols da equipe no triunfo fora de casa.
"As jogadas ensaiadas têm de ser trabalhadas exaustivamente. Isso é a surpresa que você apresenta ao adversário nas partidas", afirma Fonseca.
Mas nem sempre foi assim. Antes do início do Nacional, em 26 partidas, sob o comando de Roberto Cavalo e depois de Ricardo Pinto, o Tricolor havia marcado apenas três gols de cabeça em lances desse tipo.
A eficiência passa necessariamente pelos pés de Welington. O meia, que chegou do Arapongas após o Paranaense, foi o responsável pelas assistências nos recentes gols de bola parada. "Quem me conhece de longa data sabe que esse é um ponto forte. Uma bola parada bem trabalhada pode decidir muitas partidas. Temos uma equipe alta e, aos pouquinhos, vamos acertando mais", diz Welington.
A boa estatura do time, principalmente dos defensores, e o posicionamento na área, têm sido úteis também na defesa. Depois de cinco rodadas, o Tricolor possui a defesa menos vazada da Segundona três gols sofridos ao lado de Sport e Vila Nova.
"As jogadas têm de funcionar no ataque e na defesa. Vamos trabalhar muito ainda essas bolas paradas", ressalta Fonseca.
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