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Mascherano descansa após o treino no Estádio Nacional: pressão para jogar bem | Peter Powell/ EFE
Mascherano descansa após o treino no Estádio Nacional: pressão para jogar bem| Foto: Peter Powell/ EFE

Personagem

"Não temos mais pressão", diz técnico belga

Enquanto os argentinos jogam pressionados para quebrar um tabu de cinco Copas seguidas sem chegar à semifinal, os belgas já tiraram toda a expectativa das costas ao se garantir pelo menos entre os oito melhores. "Nós não temos pressão mais, já fizemos o nosso campeonato", afirmou ontem o técnico Marc Wilmots.

De acordo com o treinador, os resultados alcançados até agora já serviram para mostrar quem é a Bélgica no mapa do futebol. "Não vamos nos arrepender de nada", continuou. O ex-atacante quer que a equipe entenda esse espírito e parta para cima dos argentinos, sem temer favoritismo.

"Estamos muito fortes fisicamente e mentalmente. Não acho que precisamos temer ninguém", complementou o lateral Vertonghen, do Totenham, da Inglaterra. Apesar da confiança, ele e Wilmots evitaram perguntas sobre uma possível repetição do confronto entre as equipes em 1982, quando os belgas bateram os argentinos, então campeões mundiais, na partida de estreia da Copa da Espanha.

"O que importa é falar do futuro", disse o treinador. Em outro jogo histórico, na Copa de 1986, a Argentina de Maradona venceu a Bélgica, por 2 a 0, na semifinal.

Argentino é um italiano que fala espanhol e pensa que é inglês. No mundo inteiro a anedota é utilizada para tentar explicar a alma dos hermanos. Localizada em algum ponto entre a autoconfiança e a soberba, a característica será colocada à prova hoje, às 13 h,nas quartas de final, contra a Bélgica.

INFOGRÁFICO: Confira as escalações de Argentina e Bélgica

É o técnico da seleção, Alejandro Sabella, quem puxa a discussão. "Sempre nós argentinos pensamos que somos mais do que somos. Às vezes isso é bom, às vezes é ruim", disse ontem, antes do último treino para o confronto no Mané Garrincha.

A declaração soa como uma estratégia para proteger a equipe das cobranças de um país que há 24 anos não chega a uma semifinal de Copa. Assim como aconteceu com o Brasil, a Argentina também entra em campo sob pressão máxima da própria torcida. Desde quinta-feira, Brasília parece Buenos Aires: cerca de 70 mil argentinos invadiram a capital, na quinta etapa de uma peregrinação que já passou pelo Sul e Sudeste do país.

Após deixar o assunto no ar, Sabella teve de se explicar com os jornalistas. Segundo ele, trata-se de um "tema cultural" superestimar a seleção. "Quando era pequeno, sempre escutava que éramos os melhores do mundo, mas nunca havíamos sido campeões", afirmou, rememorando os anos 1960 e 1970.

A humildade também serve para aplacar as cobranças por um time que vença e convença. A Argentina passou por dificuldades nos quatro jogos que disputou, contra seleções de segundo escalão no cenário internacional. Venceu os adversários da primeira fase por um gol de diferença (2x1 Bósnia, 1 a 0 Irã e 3 a 2 Nigéria) e só passou pela Suíça na prorrogação (1 a 0).

Em todas as partidas, dependeu da genialidade de Messi. O próprio jogador, no entanto, admitiu que a vitória contra os suíços teve uma grande dose de sorte. Caros e famosos na Europa, os atacantes Lavezzi, do Paris Saint-Germain, e Higuaín, do Napoli, têm tido um desempenho muito abaixo das expectativas.

"Ainda não alcançamos o nível que desejamos", admitiu Sabella. Por outro lado, defendeu-se sobre o posicionamento do time, criticado pela imprensa por ser defensivo demais. Para ele, a Argentina apenas faz o que todas as grandes equipes do futebol fazem – preenche espaços para dificultar a vida do oponente.

A diferença para o resto do planeta é contar com Messi. Nesse sentido, Sabella frisou que a vitória nas oitavas só ocorreu porque o atacante Palácio aceitou atuar como volante. Foi ele quem roubou a bola que iniciou a arrancada de Messi, que acabou com o gol de Di María.

"Creio que há uma equipe que apoia Messi, que o fortalece, lhe faz sentir-se bem e jogar bem. Não é fácil. Faz quatro anos ele era criticado. Agora nos dizem que dependemos muito dele", afirmou.

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