O piloto brasileiro Hélio Castroneves, acusado de sonegação fiscal e evasão de divisas nos Estados Unidos, compareceu nesta sexta-feira a uma audiência na Corte Federal Americana em Miami, para apresentar-se à Justiça do país. Com algemas nas mãos e correntes nos pés, o piloto da Fórmula Indy declarou-se inocente e teve de pagar fiança equivalente a R$ 400 mil para responder o processo em liberdade. Castroneves não pode deixar os Estados Unidos enquanto o processo estiver em andamento.
O advogado do brasileiro, Mark Seiden, confirmou que pedirá a absolvição do seu cliente. Ao seu lado, Castroneves mostrava-se claramente abatido. Segundo a determinação da Justiça americana, o brasileiro não poderá viajar para fora do país nem mesmo a trabalho, o que o fará perder o GP de Surfers Paradise, na Austrália, em outubro.
Na fiança, o piloto não pagou US$ 10 milhões, como foi noticiado inicialmente. Ele foi obrigado a assinar um termo de dívida nesse valor, mas na prática só pagou o equivalente a R$ 400 mil.
A acusação sobre Castroneves é referente aos anos de 1999 a 2004. Como a condenação para cada ano é de até cinco anos de prisão, e mais cinco pelo crime de sonegação fiscal, o piloto pode ser sentenciado a até 35 anos de cadeia.
Outro advogado do brasileiro, David Garvin, também falou à imprensa, reforçando que seu cliente é inocente das acusações que lhe foram feitas.
"Hélio sempre esteve dentro da lei. Ele contratou contadores e advogados em quem confiava. Acreditamos fortemente que ele não fez nada errado, e estamos ansiosos pelo julgamento".
Além de Hélio Castroneves, sua irmã, Katiucia Castroneves, e o gerente e o seu representante e advogado Alan R. Miller, também foram acusados dos mesmos crimes. Eles não compareceram à audiência, mas Katiucia pagou fiança de R$ 80 mil.
O advogado de Miller, Michael Tein, afirmou que os promotores do caso agiram de forma irresponsável ao tornarem o caso público, e garantiu que seu cliente tem uma reputação inatingível e acima de qualquer suspeita.
"Meu cliente sempre agiu dentro da lei. Ele é 1.000% inocente. Esse caso é um caso claro de assédio do governo a uma celebridade, para tentar colocar alguém famoso atrás das grades e conseguir espaço na imprensa".