Investimento de R$ 800 milhões
O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) anunciou a inclusão do rúgbi e do golfe na lista de esportes beneficiados pela Lei Piva. A entidade vai definir, nas próximas semanas, o valor que cada confederação receberá.Existe a expectativa de que rúgbi e golfe fiquem com R$ 800 mil cada na temporada. O valor é distribuído para "modalidades em desenvolvimento com resultado sul-americano", que estão, na prática, entre os esportes menos observados entre os presentes Jogos Olímpicos.
"O golfe não é caro como todos falam. É de difícil acesso porque só temos campos oficiais dentro dos clubes. Precisamos da construção de campos públicos. Para isso, precisamos de um investimento de pelo menos R$ 5 milhões para fazer um campo oficial e público", lembra Pedro Cominesi, diretor executivo da Federação Paranaense e Catarinense de Golfe.
Com o investimento anunciado pelo COI, a ideia é trazer a experiência de técnicos dos Estados Unidos para alavancar o golfe no Brasil.
A notícia aguardada por mais de um século pela comunidade do golfe chegou na sexta-feira (7). O esporte do taco e bolinha voltará a ser modalidade olímpica nos jogos de 2016 no Rio de Janeiro. Após a confirmação, a Confederação Brasileira de Golfe(CBG)já planeja estratégias de popularização do esporte no país. A aposta mais alta para conquistar novos adeptos é o resultado expressivo de golfistas brasileiros no exterior, a exemplo da paranaense Ângela Park.
Com apenas 21 anos, ela faturou em apenas dois anos de carreira cerca de US$ 2 milhões em torneios internacionais, a grande maioria nos Estados Unidos, no circuito LPGA Tour (Associação Feminina de Golfistas Profissionais). "Com novos investimentos e verbas que acompanharão essa decisão (volta do golfe aos jogos) poderemos trazer know-how de professores e novas técnicas do exterior, incentivar ainda mais a participação de nossos juvenis em torneios no exterior e estimular a criação de centros de treinamento no Brasil", planeja Rachid Orra, presidente da CBG. O golfe já participou de duas Olimpíadas: 1900, em Paris (França), e 1904, em St. Louis (EUA).
Por se tratar de um esporte caro (o custo médio com equipamento básico gira em torno de R$1 mil) a Federação Paranaense e Catarinense de Golfe lançou oficialmente no dia 14 de setembro a Escola de Menores A inspiração veio da "Escuela de Golf" da Associação Argentina de Golfe, que nos últimos mostrou forte avanço nos resultados obtidos por seus filiados graças ao apoio aos juvenis. "Já fizemos um projeto piloto numa escola estadual de Curitiba. Dos 400 alunos, 20 quiseram continuar no curso, que mescla aulas práticas e teóricas. É um bom número, por se tratar de um esporte de pouco apelo de mídia", diz Pedro Cominesi, diretor executivo da Federação Paranaense e Catarinense de Golfe, em entrevista à Gazeta do Povo.
Paranaenses em destaque
Além de Ângela Park, já com a carreira consolidada, o curitibano Daniel Stapff, de 18 anos, vem se destacando nos campos de golfe. No cenário nacional, o garoto ficou em 2º lugar no Aberto do Estado do Rio de Janeiro, em junho deste ano.
Stapff sonha com a participação no PGA Tour, o mais importante torneio profissional de golfe do planeta. "Espero me profissionalizar em breve. Preciso acabar os estudos e continuar disputando campeonatos nos Estados Unidos", disse o golfista.
O bom desempenho rendeu a ele uma bolsa de estudos nos EUA. Lá, o golfista cursa administração de esportes na Barry University, em Miami, na Flórida e integra o time de golfe da instituição.
Em 2009, no circuito universitário norte-americano, ele ficou em 3º lugar no individual, venceu duas disputas em equipe e foi duas vezes vice-campeão, também por equipes, nos oito torneios da liga NCAA que disputou. - a principal liga do golfe universitário norte-americano.
Stapff e Ivo Leão, outro paranaense, foram chamados para a seleção brasileira que irá ao 64º Campeonato Sul-Americano Copa Los Andes, que será disputada entre os dias 23 e 29 de novembro na cidade de Lambaré, no Paraguai. Além dos dois atletas, o Brasil terá o carioca Felipe Navarro e os paulistas Guilherme Oda e Rafael Becker no torneio.
Com mais de 1.500 golfistas, o Paraná perde apenas para o Estado de São Paulo em número de atletas federados. Porém, ainda não há no país um circuito profissional de golfe. "É essa diferença. Lá nos Estados Unidos o golfe é um dos esportes que melhor paga o atleta. No Brasil, a pessoa tem de tira do bolso para pagar. Temos sete anos para mudar essa realidade", compara Cominesi.