Mídia dos EUA pede cabeça do treinador
O futebol masculino tem pouco espaço na imprensa americana, mas o feminino é popular, e a derrota de ontem para o Brasil foi comentada no país.
No site do New York Times, o jogo era o principal destaque na seção de esportes. O diário, o de maior prestígio nos EUA, escreveu que é "difícil imaginar um colapso completo maior do que a derrota para o Brasil".
Segundo o jornal, "quase tudo que poderia dar errado para os EUA aconteceu". O Times critica a juíza na expulsão de Boxx e a idéia do técnico Greg Ryan de trocar de goleira só para essa partida.
O site da Sports Illustraded também criticou Ryan e a árbitra Nicole Petignat, mas também classificou o confronto como "uma noite em que não haveria jeito de os Estados Unidos vencerem o Brasil". A publicação elogia o time canarinho pela sua "fluidez no ataque" e organização na defesa.
No site da revista Womens Soccer World, Ryan não foi poupado.
Em tom quase editorial, a publicação critica os métodos do treinador e pede à federação norte-americana que indique uma mulher para treinar a equipe a partir de agora. "A maioria dos times universitários tem treinadoras com mais conhecimentos do que o de Ryan", escreveu um articulista da revista.
Um blogueiro de futebol da ESPN escreveu que Ryan, ao optar por Scurry no gol e deixar Solo no banco, usou métodos que podem funcionar no beisebol, porém que não funcionam no futebol.
Hangzhou, China Os mais de 47 mil espectadores que praticamente lotaram o Estádio do Dragão elegeram o Brasil, no geral, e Marta, em particular, como seus ídolos do coração. A cada vez que o ataque brasileiro tocava na bola, o estádio gritava "Baxi! Baxi!" (Brasil, em chinês) ou "Mata! Mata!", numa alusão à artilheira do Mundial. Foi a forma que os chineses encontram para reverenciar a goleada de 4 a 0 sobre as americanas, com direito a show da camisa 10, nas semifinais do Mundial. Domingo, em Xangai, o Brasil decide o título com a Alemanha, atual campeã mundial.
A craque Marta mostrou ontem por que é considerada a melhor jogadora do mundo. Com um show de técnica e habilidade, comandou a seleção brasileira na histórica goleada por 4 a 0, quase igualando o placar da final do Pan, quando o Brasil venceu por 5 a 0, mas diante da seleção universitária, já que o time principal ficou em casa se preparando para o Mundial.
Marta, autora de dois gols, um deles antológico, foi o destaque absoluto do jogo, mas todo o time brasileiro teve atuação impecável. A goleada sobre as americanas lavou a alma das brasileiras, que estavam com as adversárias engasgadas desde que perderam a final olímpica em Atenas, por 2 a 1, em 2004.
Foi a primeira derrota dos EUA desde novembro de 2004, uma invencibilidade que já durava 49 jogos. O atual técnico, Greg Ryan, que assumiu em 2005, jamais havia perdido um jogo à frente da seleção americana.
Cercado de muita rivalidade, o jogo começou tenso. Aos quatro minutos, Cristiane foi derrubada na área, em pênalti claro ignorado pela árbitra Nicole Petignat. A partida estava equilibrada quando, aos 20 minutos, Formiga cobrou escanteio e Osborne, contra, abriu o placar para o Brasil. Em jogada individual, Marta ampliou aos 27. A goleira Scurry, reserva até então, mas escalada pela maior experiência, contribuiu.
No fim da primeira etapa, Cristiane tropeçou em Boxx durante contra-ataque. A árbitra considerou falta da norte-americana. O segundo cartão amarelo, injusto, deixou a seleção brasileira com uma jogadora a mais em campo.
Assim, o segundo tempo foi todo das sul-americanas. Cristiane, aos 10 minutos, marcou o terceiro, depois que o time já havia perdido algumas boas chances. Para fechar o placar, Marta, de costas, deu um belo drible "da vaca" em Ellerton, passou por Rampone e bateu firme: 4 a 0 aos 37 minutos.
Enlouquecidos com o show de Marta, os chineses não paravam de gritar o nome da melhor do mundo: "Mata, Mata, Mata". Uma apoteose brasileira do outro lado do mundo. Com direito a choro e pagode.
"Não estou aqui para aparecer. Até porque, ninguém vence uma equipe forte e experiente como a dos EUA sozinho. Meu trabalho está brilhando aqui na China porque estamos todos trabalhando com o objetivo comum de trazer o título para o Brasil", comentou a estrela do dia. Marta fez de tudo para dividir os méritos com as companheiras. Rechaçou os elogios, mas admitiu que a atuação do Brasil foi mesmo de encher os olhos: "Fizemos um jogo difícil, mas muito bonito, que encantou o mundo todo", complementou.
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