Medalhas de prata são as mais atingidas pela falha de produção.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Engana-se quem pensa que nada pode ser tão ruim a ponto de não piorar. O legado da Olimpíada Rio-2016 parece ser um caso clássico dessa batida expressão.

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De acordo com a edição dominical do tradicional jornal francês Le Figaro, as medalhas dos Jogos estão enferrujando, oxidando, caindo aos pedaços.

Conforme a reportagem, 130 atletas apontaram defeitos na premiação nobre do esporte. A organização, ainda segundo o Le Figaro, reconheceu a falha e está orientando os atingidos a trocar a peça por outra nova.

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Estima-se que a anomalia atinja 7% do total de medalhas entregues em 2016

Os atletas têm devolvido pouco a pouco à Casa da Moeda a premiação defeituosa para que seja restaurada. As mais afetadas por esse desgaste foram as medalhas de prata, que tinham 92% de pureza e foram criadas a partir de espelhos excedentários, resíduos de solda e raios-X.

“Tem dois problemas principais. O primeiro é que deixaram cair ou tiveram batidas e o verniz saiu, ficaram enferrujadas ou com pontos pretos. A segunda coisa é que um pequeno lote, cerca de 10, teve problemas no frio extremo”, disse o porta-voz do Comitê Organizador da Rio 2016.

Edição online da reportagem do Le Figaro, da França. 

Rio 2016 dá prejuízo

Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro deram prejuízos e, contrariando o discurso que mantiveram por anos, os executivos responsáveis pela organização do evento em agosto do ano passado alegam que sempre precisaram de ajuda pública e que o rombo gerado é culpa da prefeitura e do governo federal. Dados das demonstrações contábeis do Comitê Rio-2016 e auditoria independente revelam que, ao final de 2016, a entidade registrava um déficit de R$ 132 milhões.

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O informe foi aprovado pela direção da entidade em fevereiro deste ano e indica que, até o dia 31 de dezembro de 2016, “existia um passivo descoberto de R$ 132 milhões”. A entidade não deixa dúvidas de que “espera que seja aportado pelo governo do estado e município do Rio de Janeiro”. Os dados, segundo a auditoria, “indicam a existência de incerteza relevante que pode levantar dúvida significativa quanto a capacidade da entidade em liquidar seus passivos”.

Mas o documento também contraria o discurso que por anos foi adotado pelos organizadores, insistindo que não deveria haver dinheiro público no evento e que apenas obras externas ficariam com a prefeitura, estado ou governo federal.