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Reclamação

Chatice em 48 voltas

Agência Estado

No mesmo dia em que Ecclestone defendeu as novas regras, Mark Webber engrossou as críticas dos pilotos ao atual panorama da categoria. O australiano da Red Bull disse que se sentiu incapaz de tentar ultrapassagens durante o GP do Bahrein. "Foi muito chato. Passei 48 voltas olhando a troca de marchas de Schumacher e depois de Button e não havia nada que eu pudesse fazer para passá-los. Tentei de tudo, linhas diferentes, pressão, tudo. Mas ambos são bons pilotos e nenhum deles cometeu um erro", disse Webber, em entrevista ao jornal australiano Daily Telegraph.

O australiano disse temer por uma temporada entediante na Fórmula 1. "Fiquei muito chocado com o quão difícil foi ultrapassar e isso não será nada bom para qualquer uma das corridas de uma parada do calendário, quando todo mundo vai estar seguindo praticamente a mesma estratégia. Nós podemos apenas esperar que outros circuitos tragam mais ultrapassagem do que o Sakhir", finalizou Webber, oitavo colocado no Bahrein.

Mesmo com a monotonia do GP do Bahrein, o primeiro da temporada do Mundial de F-1, realizado no último domingo, a categoria não deverá sofrer mudanças até a terceira corrida da temporada, o GP da Malásia, marcado para o dia 4 de abril, de acordo com Bernie Ecclestone, detentor dos direitos comerciais da F-1.

"Precisamos esperar três ou quatro corridas, há muitas coisas novas... Costumávamos fazer muitos testes. Antes de começarmos a pensar em mudanças, deveríamos dar uma séria olhada nos regulamentos técnicos. Vamos ter uma conversa na Malásia [local do terceiro GP], com certeza", declarou o dirigente.

No entanto, as escuderias já co­­meçaram a se mexer para propor mudanças. Por soluções, dirigentes da Fota, a associação dos times de F-1, irão se reunir amanhã. O objetivo é ter corridas com mais alternativas, ao contrário do que ocorreu no GP do Bahrein.

Com o novo regulamento, que não permite o reabastecimento durante as provas, os carros largam com todo o combustível que consumirão. A variação de estratégias entre as equipes, que até 2009 podiam optar por colocar menos gasolina e tentar largar mais à frente, ficou restrita só ao momento de parar para trocar os pneus.

Aí vem outro problema. No Bah­­rein, como os pneus não sofreram muito desgaste, só dois dos 24 pilotos fizeram duas paradas. Os demais só usaram o pit obrigatório, já que os dois tipos de compostos obrigatoriamente têm de ser usados a cada GP.

"Acho que é preciso ter um tipo de pneu supermacio com o qual seja impossível você fazer 20 voltas numa corrida", sugeriu Martin Whitmarsh, chefe da McLaren.

Outra ideia que deve ser discutida é a de implementar dois pit stops obrigatórios, o que faria com que os times jogassem mais com as táticas. "O problema é que, com o atual formato de prova, corremos o risco de termos só um pit em todos os GPs", disse Chris­­tian Horner, chefe da Red Bull.

Outra proposta que deve ser levada à reunião da Fota é eliminar os pit stops e for­­çar os pilotos a largar com os compostos utilizados na classificação. A próxima prova da categoria será no dia 28 de março, em Mel­­bour­­ne, na Austrália.

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