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Antônio Lopes (de boné branco) conversa com o elenco rubro-negro no CT do Caju: valor da premiação para os jogadores aumentou em 150% na parte final do Campeonato Brasileiro, estratégia para tentar livrar o Atlético do rebaixamento | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Antônio Lopes (de boné branco) conversa com o elenco rubro-negro no CT do Caju: valor da premiação para os jogadores aumentou em 150% na parte final do Campeonato Brasileiro, estratégia para tentar livrar o Atlético do rebaixamento| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Torcida

Clima de guerra marca organizadas

As brigas entre as duas torcidas organizadas do Atlético, Os Faná­­ticos e Ultras, tende a piorar a cada dia. A afirmação é do presidente da primeira uniformizada, Júlio César So­­bota, o Julião da Caveira. "As pessoas que tomaram prejuízo desta galera já falaram que não vão parar. Vão dar prejuízo até o dia, quem sabe, de morrer alguém", avisa.

De acordo com ele, o conflito, que ocorreu até fora do estado, em estádios como Morumbi (São Paulo) e a Ressacada (Florianópolis), se deve ao fato de Os Fanáticos terem feito uma limpa no seu quadro e ex­­pul­­sado cerca de 100 integrantes da re­­gião sul de Curitiba – acolhidos pela Ul­­tras. Para o diretor geral desta facção, Gabriel Barbosa, a explicação não procede. "Isso é história para boi dormir. Mal e bom elemento existe em tudo quanto é lugar", contesta. "É só vocês colocarem uma câmara na Avenida 7 de se­­tem­­bro [com Brigadeiro Franco] no próximo jogo na Arena, contra o Atlé­­ti­­c­­o-GO, no dia 6/11. Contra imagens não há argumentos", provoca.

Para a comandante do 1º Co­­man­­do Regional da Polícia Militar, Co­­­­ronel Ademar Cunha Sobrinho, o problema é mais econômico. "A ven­­­­da de material de torcida faz com que haja desentendimentos", diz. Segundo o representante da PM, a proibição do uso de camisa das organizadas pode amenizar o pro­­blema. Uma reunião deve ser marca­­da essa semana com os envolvidos. (RM)

Na busca para fugir do rebaixamento, o Atlético está sensibilizando os jogadores pelo bolso. A diretoria não confirma, mas os bichos – premiação paga após cada vitória– mais que duplicaram em relação ao começo do Campeonato Brasileiro. E a tendência é a chegada de mais um "plus" em caso de vitória contra o Santos, sábado, no Pacaembu.

No começo do Nacional, conforme a reportagem apurou, cada jogador recebia R$ 2 mil por triunfo. No resultado positivo contra o Internacional, no dia 2 de outubro, a quantia foi a R$ 5 mil para cada um dos 14 jogadores que entraram em campo (11 titulares e 3 reservas). Um reajuste de 150%.

Quem estava no banco de reservas e não entrou na partida – conforme a regra de remuneração no meio do futebol – amealhou R$ 2,5 mil. No CT do Caju existe um acordo em que cada atleta tira 10% do extra e faz uma caixa para ajudar os companheiros não relacionados para as partidas.

O saldo desse tradicional "in­­centivo", devido à situação periclitante do time, é salgado para os cofres da Baixada: a diretoria se dispôs a desembolsar cerca de R$ 80 mil por sucesso em campo.

Normalmente, a premiação de cada rodada é decidida em reu­­nião entre a diretoria e a co­­missão técnica. As cifras são re­­passadas aos atletas ainda no vestiário, após as partidas, em di­­nheiro. O famoso "bicho molhado".

Oficialmente ninguém dentro do clube fala sobre o assunto. A divulgação de supostos salários – negados veemente pela diretoria – pelo ex-presidente Mario Celso Petraglia na semana passada fez com que o assunto torne-se ainda mais delicado dentro do clube.

O próprio presidente do Rubro-Negro, Marcos Malucelli, recusa-se a confirmar números. "São coisas internas que só dizem respeito ao grupo de jogadores", afirma. O dirigente negou ainda que tenha sido definida uma nova premiação final caso o time escape do rebaixamento no Brasileiro.

"Está tudo dentro do que estabelecemos anteriormente", limita-se a dizer Malucelli. Questio­­nado se no começo do ano já exis­­tia um valor para evitar a queda para a Sé­­rie B, o presidente confirmou. "Vo­­cês não falam tanto em planejamento? Pensa­­mos em tudo, do pri­­meiro ao último lu­­gar", garante.

No entanto, o dirigente atleticano afirma que não há nenhuma orientação por parte do clube sobre quais temas os jogadores podem falar. Ou seja, desde dinheiro, passando pela política interna e até críticas ao time só não são comentadas porque os atletas não querem.

"Eu não oriento absolutamente nada. Não me intrometo na vida de ninguém. De jeito ne­­nhum. Não tem nenhum jogador que possa dizer que o presidente pediu para não falar isso ou aquilo", ressalta.

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