Com muita festa, a China iniciou nesta quarta-feira (8) a contagem regressiva de um ano para o início das Olimpíadas de Pequim. A Praça da Paz Celestial, cenário do massacre de estudantes de 1989, foi escolhido como palco da cerimônia. Tradição do país para homenagear convidados ilustres, lanternas vermelhas acesas foram levadas ao palco por crianças acompanhadas do ator Jackie Chan ("A Hora do Rush").

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Às 20h desta quarta-feira (9h no horário de Brasília), uma grande queima de fogos marcou o momento em que o relógio oficial começou a contagem dos últimos 365 para a competição. Cerca de 10 mil pessoas foram convidadas para a cerimônia, entre representantes de delegações de todos os países e dos comitês olímpicos internacional e de Pequim.

Além da festa na capital, outras 62 atividades serão realizadas em todo o país nesta quarta, como shows, peças de teatro e competições musicais. Também como preparação, dez famílias (cinco chinesas, cinco estrangeiras) vão conhecer o país e as modernas instalações esportivas dos Jogos.

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Festa com "a cara" da China

As danças, os fogos, e até a apresentação da Orquestra Sinfônica de Pequim fizeram da cerimônia de contagem regressiva para as Olimpíadas um retrato da cultura chinesa. Se o folclore foi apresentado pelos dançarinos que subiram ao palco montado na Praça da Paz Celestial, o espírito do povo chinês foi representado pela execução da cantata "O Rio Amarelo", numa festa grandiosa que poderia fazer um desavisado pensar que os Jogos já estavam começando.

Supersticiosos, os chineses escolheram o horário de oito da noite para dar início à festa em 8 de agosto (o oitavo mês). Para eles, o número simboliza prosperidade.

Muito discurso, mas nada de polêmica

Muitos discursos marcaram a cerimônia de um ano para os Jogos. O prefeito da cidade, Wang Qishan foi o primeiro a se pronunciar seguido por Liu Qi, presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Pequim, e Jacques Rogge, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI).

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Apesar das críticas à China pelas restrições à liberdade de expressão e trangressões dos direitos humanos, nenhum deles tocou nesse assunto. O presidente do COI, que na verdade era o único que teria possibilidade de falar algo sobre essas questões, só elogiou a estrutura dos estádios e destacou o empenho do governo chinês na preparação para a competição.

Outros problemas que preocupam chefes de delegações, como a forte poluição do ar em Pequim e segurança alimentar também foram deixados de lado na festa.