Quanto mais radical, melhor". Esta é uma das frases preferidas do público que acompanha o X Games em Foz do Iguaçu. Nas pistas, no entanto, os atletas sabem que o "lema" não pode ser seguido tão à risca. Ao mesmo tempo em que os protagonistas da festa reconhecem que não podem deixar de arriscar nas manobras, também precisam estar atentos para evitar acidente graves.
Neste ano, o X Games registrou um dos episódios mais tristes desde que começou a ser disputado, em 1995. Em janeiro, o norte-americano Caleb Moore, de 25 anos, morreu após um acidente na edição de inverno dos jogos, em Aspen, ao não conseguir completar um salto mortal com um snowmobile (moto de neve). Depois de uma semana na UTI, ele não resistiu. Foi a primeira morte registrada na principal competição de esportes radicais do mundo.
"Não dá para menosprezar os perigos das modalidades [do X Games]. Por isso, eu não me arrisco quando não é muito necessário", diz o skatista brasileiro Bob Burnquist, que cita um acidente com o australiano Jake Brown como um dos piores que já presenciou.
Na ocasião, no X Games de 2007, o competidor medalhista de bronze no skate Big Air em Foz despencou de uma altura de 15 metros após uma manobra errada na megarrampa. Por sorte, nada sofreu.
O próprio Bob levou um susto no ano passado, em Los Angeles, quando, também na rampa gigante, se descontrolou, caiu e bateu as costas em um cano de metal que fica na borda da rampa. "Se você vacila, não tem perdão. Quase quebrei minhas costas", lembra.
Capacetes, joelheiras e cotoveleiras são os artigos usuais para os atletas do skate e do ciclismo BMX. Os competidores do motocross ainda acrescentam um colete e um protetor para o pescoço. Os equipamentos ajudam a amenizar o impacto das quedas, que são comuns.
Em Foz, como é padrão no X Games, uma estrutura de pronto atendimento foi montada ao lado de cada local de treino e competição. "As atividades não começam se os médicos e a UTI móvel não estiverem posicionados", destaca João Antônio da Silva, médico do esporte que está trabalhando na competição.
Além do médico, a equipe de emergência voltada para os atletas conta com um paramédico, enfermeiro e pelo menos três socorristas que auxiliam em uma eventual remoção da pista.
"Os esportes radicais são baseados em manobras de perigo. Nosso desafio é se apresentar bem, sabendo administrar o máximo do risco", diz Fred Kyrillos, representante brasileiro no motocross freestyle.
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