Os modelos mais tradicionais de jogos fantasy, como o Cartola FC, envolvem a montagem de times para a disputa de uma temporada, ou de algumas rodadas. Mas, em 2007, surgiu um sistema diferente nos Estados Unidos, o fantasy diário.
Nessa versão, os usuários entram em algum site, pagam para entrar em uma liga e escolhem atletas que disputarão jogos naquele dia. Ao final da rodada, os usuários com mais pontos repartem o dinheiro - que pode chegar à casa dos milhões de dólares.
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Os fantasies diários cresceram tanto que se tornaram uma indústria própria. O problema é que o sistema funciona por uma lógica diferente da versão tradicional, e o governo americano começou a desconfiar disso.
Pela sua dinâmica, os fantasies diários se tornam muito mais jogos de azar do que um jogo de habilidade e conhecimento esportivo. Usuários profissionais passaram a dominar as ligas a partir de sistemas de informação e de múltiplas apostas que praticamente impedia um participante ocasional de vencer. Um estudo descobriu que os dez jogadores mais bem ranqueados em um site vencem uma média de 873 ligas por dia. Os outros 20 mil usuários conquistam, somados, 13.
Para piorar, descobriram que funcionários de um dos gigantes do setor (DraftKings) jogavam no seu concorrente (Fan Duel) e vice-versa. Nos dois casos, usando informações privilegiadas sobre o sistema de funcionamento dos sites.
Com isso, alguns estados, como Nova York, passaram a exigir que os fantasies diários tornassem suas atividades mais transparentes e fossem incluídos dentro das regras para jogos de azar.