Copenhague - A conta da campanha do Rio deverá chegar a R$ 138 milhões, segundo números divulgados até ontem. Na quarta, o Congresso aprovou a liberação de mais R$ 30 milhões para o Ministério dos Esportes para reforçar a candidatura brasileira. O valor será repassado na forma de crédito extraordinário, instrumento usado para cobrir despesas emergenciais. Segundo Ricardo Leyser, secretário do ministério, só R$ 12 milhões da verba serão usados na candidatura.
"Como esse dinheiro demorou muito a ser aprovado e o comitê (de candidatura) conseguiu parceiro privados, vamos ter apenas que completar a conta, disse Leyser.
O governo federal foi o principal parceiro da Rio-2016. Antes da última liberação, já havia repassado R$ 55,2 milhões diretamente para a candidatura. Outros R$ 25 milhões foram gastos na contratação de consultorias. Já o estado e o município do Rio deram juntos R$ 8,6 milhões. Apenas de dinheiro público, a Rio-2016 vai consumir cerca de R$ 100 milhões.
A iniciativa privada deu R$ 37 milhões (Bradesco, TAM, Odebrecht, Embratel e EBX). O principal financiador foi o empresário Eike Batista, que doou R$ 23 milhões. É o homem mais rico do país e tem sua fortuna calculada em US$ 7,5 bilhões, segundo a revista Forbes.
Os Jogos de 2016 deverão custar cerca de R$ 28,8 bilhões, pelas estimativas dos organizadores brasileiros.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, confia que, escolhido, o Rio-2016 atraia maior participação de verba privada. Essa foi a resposta dele a questionamentos de membros do COI sobre se haverá dinheiro suficiente para marketing da Copa do Mundo, em 2014, e dos Jogos no Rio.
"Expliquei que existe uma disponibilidade para o futuro (de dinheiro privado). Acho que é uma combinação de dinheiro privado e público. Há lugares em que tem de ser público. Sempre é positivo mais investimento privado", completou Meirelles.
É para garantir que este dinheiro existirá que Meirelles falará aos membros do COI na apresentação de hoje. Ontem, ele fez um breve ensaio. Antes, participou de entrevista que incluía a imprensa estrangeira. Com atletas como Guga e Torben Grael ao seu lado, foi quem mais falou.
"O Brasil será a quinta maior economia do mundo em 2016, segundo o Banco Mundial", exaltou ele, citando o investimento de US$ 200 bilhões previsto pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Questionado sobre a validade de realizar os Jogos, o presidente do BC disse ver um custo-benefício favorável. "Do ponto de vista social, isso vai mobilizar questões no Rio. E será um catalisador de investimentos em áreas como transporte. Ainda capitalizará investimentos no social, um terceiro setor em que o Brasil está crescendo", completou.
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