Ele sempre sonhou com o Dakar. Já havia passado perto de disputá-lo. Mas não via perspectivas para 2010. Até que uma ligação, há duas semanas, colocou o curitibano Émerson Cavassin, o Bina, de 42 anos, no maior rali do mundo. Era o piloto Jean Azevedo, contando que o parceiro Youssef Haddad não poderia competir e precisava de um novo navegador para acompanhá-lo a bordo do Mitsubishi Pajero Full, da equipe Petrobras Lubrax, nos caminhos entre a Argentina e o Chile, de 1º a 17 de janeiro.
Bina apelido da adolescência havia aproveitado a primeira passagem do Dakar pela América do Sul, no começo do ano, para observar tudo de perto. "Bateu na trave para eu competir, mas fui lá ver a largada. Agora fui pego de surpresa. Estou um pouco apreensivo por ser a primeira vez, mas muito empolgado", diz.
Pode ser a estreia no Dakar, mas experiência em longas competições ele tem de sobra. Só do Rally dos Sertões, a segunda maior prova do gênero no planeta, disputada no Brasil, ele participou das últimas sete edições. "Comecei fazendo enduros de regularidade, de moto, em 1989. Parei em 97, depois de um acidente feio (no qual quebrou o joelho). Em 2001 voltei a competir, agora como navegador. De 2003 para cá, disputei todos os Sertões", descreve.
Ele conheceu o novo parceiro ainda no tempo das motos. "Temos isso em comum. Nós dois começamos nas duas rodas", ressalta. Sobre elas, Azevedo correu nove vezes o Dakar, ainda no trajeto original, entre Europa e África. No ano passado, já em terras sul-americanas, estreou na categoria carros ao lado de Haddad. Mas o navegador passará a se dedicar ao trabalho de engenheiro dos carros de competição da Mitsubishi e deixou o lugar vago.
Escolhido para ocupá-lo, Bina só terá o primeiro contato com o equipamento na Argentina, às vésperas da largada. Na última quarta-feira ele fez o primeiro treino pela equipe, em Itu, mas com outro carro.
De qualquer maneira, o aparelho de GPS usado no Dakar é fornecido pela organização da prova e não há maneira de testá-lo com antecedência. "Como o primeiro dia não exige muita navegação, será bom para me adaptar. Se fosse piloto, teria mais problema por não conhecer o carro, mas o Jean está acostumado."
Na vida fora do rali, porém, o navegador teve de fazer uma grande ginástica para encaixar na agenda a viagem no fim do mês.
"Na empresa, estou tendo um trabalhão para deixar tudo em ordem", conta o arquiteto por formação, dono de uma empresa de engenharia e professor universitário. Ontem ele tomou o rumo de Foz do Iguaçu com a família para uma espécie de réveillon antecipado, já que o verdadeiro será comemorado na concentração para a largada em Buenos Aires.
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