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Em 1950, o Brasil hospedou pela primeira vez os jogadores do planeta para a disputa de uma Copa do Mundo. O cenário era ainda mais amador, sem as exigências tecnológicas dos dias de hoje, e apenas seis sedes foram utilizadas para as 22 partidas daquele Mundial – o primeiro após os estragos e a paralisação causados pela 2.ª Grande Guerra. Curitiba, que até 1947 tinha o terceiro maior estádio particular do país, foi escolhida para acolher dois confrontos: EUA 1 x 3 Espanha e Paraguai 2 x 2 Suécia. O palco foi a Vila Capanema que, quando confirmada, era menor apenas que São Januário e Palestra Itália. Para a Copa, nasceria ainda o gigante Maracanã.

Oldemar Kramer, que dedicou a vida ao rádio esportivo, naquela época era apenas um "piazão", como ele mesmo define. O futebol ainda não era sua paixão. Mas, mesmo sem muito interesse pela competição, acabou assistindo ao segundo duelo.

"Fiquei impressionado com a torcida ferrenha do Paraguai. Eles é que levaram o time ao empate", garante Kramer, que chegou ao Durival de Britto montado em sua bicicleta.

Receber a Copa do Mundo naquele tempo não tinha o mesmo impacto no país que promete ter em 2014. Com seleções de menor expressão – apesar de a Suécia ser a campeã olímpica da época –, o Mundial pouco modificou o dia a dia da capital paranaense. "Não chegou a empolgar a cidade. Nossa terra é de alemães, polacos e ucranianos. Aí mandam a Suécia para cá? Escolheram mal", analisa Kramer.

Apesar disso, o público não ficou devendo na Vila, com presença de 10 mil pessoas no jogo da Espanha – que levantou curiosidade ao chegar a Curitiba dizendo que seria campeã do mundo – e 8 mil no segundo jogo. No estádio cabiam 18 mil pessoas. (SG)

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