A eliminação da seleção brasileira nas oitavas de final da Copa do Mundo de futebol feminino não diminuiu o ânimo de quem trabalha com a modalidade. A competição, que está na reta final, é encarada como uma vitrine importante para quem trabalha no futebol paranaense. "Já está tendo uma procura enorme, principalmente de meninas mais novas", diz Rosângela Bortolaz, técnica da equipe do Imperial, de Curitiba.
O momento positivo pode refletir não apenas na procura, mas também no apoio que os times recebem. "Foi espetacular essa movimentação, dando mais visibilidade ao futebol feminino. Nós dependemos disso, a modalidade só vai se desenvolver assim. Não dá para deixar esfriar", diz a treinadora.
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O Imperial tem hoje 50 meninas com idade a partir de 14 anos, mas poucas treinam diariamente. No time adulto as jogadoras trabalham em meio período e não recebem salários para jogar e se dedicar ao esporte em tempo integral. Muitas saem do Paraná e vão para clubes com mais estrutura. É o caso da goleira Mayara, revelada no Imperial e convocada para a seleção brasileira sub-17, que acabou indo para o Internacional.
Paranaense
O Campeonato Paranaense Feminino está previsto para ter início em agosto e até agora tem quatro times confirmados: Imperial, Toledo, Foz Cataratas e Londrina. O atual campeão é o time de Foz, que tem parceria com o Athletico. O LEC vai estrear na competição.
O Grecal ainda não teve a participação confirmada. Alceu Ricardo, responsável pela equipe, disse que a situação está indefinida. Ele já trabalhou em outro time que fez história nos campeonatos estaduais, o Novo Mundo, que deixou de disputar o torneio por falta de verba.
Futuro
Por enquanto apenas os times da Série A do Brasileirão têm a obrigação de ter equipes femininas. A CBF prevê que pode ser uma equipe formada no clube ou uma parceria. A ideia é que nos próximos anos isso seja ampliado.
"Com mais times a realidade do futebol feminino vai melhorar. E teremos sim grandes jogadoras no Brasil", afirma Rosângela, que viu a declaração de Marta após a eliminação do Brasil como um alerta. "O futebol feminino precisa de fomento", diz. "Mas cada menina tem que ter em mente o que a Marta falou e não desistir", afirma.
"Elas fizeram o que elas puderam, mas aqui no Brasil as pessoas não veem o futebol feminino como deveriam. Não temos ajuda das federações, não temos nada", desabafa Alceu. O dirigente completa: "o Paraná é um celeiro de futebol feminino no país, o que falta é ter mais apoio".