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Diego Forlán desta vez não terá o apoio de Suárez na linha de frente uruguaia | Valterci Santos/Gazeta do Povo – enviado especial
Diego Forlán desta vez não terá o apoio de Suárez na linha de frente uruguaia| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo – enviado especial
  • Veja a ficha técnica do jogo Uruguai X Holanda

"O Mundial é uma festa, as Eliminatórias um suplício", disse o técnico uruguaio Oscar Tabárez ontem. E completou: "Parece que nós estamos em uma festa que não fomos convidados."

O Uruguai é a única seleção sul-americana semifinalista da Copa do Mundo. Seu desempenho surpreendente dá uma lição nos rivais vizinhos, principalmente o Brasil. Enquanto Dunga montou todo um aparato de vigilância, proibições e truculência – o que a Argentina também fez algumas vezes –, o time celeste jogou como se não fosse um Mundial.

O exemplo mais recente disso foi o treino de ontem, último antes da partida contra a Holanda – hoje às 15h30, no Estádio Green Point. O aquecimento dos jogadores foi recheado de brincadeiras "violentas": tapas e chutes. Não se resumiu apenas a um bobinho, como no caso do Brasil, onde quem mais parecia bobo eram os próprios jogadores, se segurando para não expressar sentimentos que pudessem causar polêmica.

"Nosso relacionamento com os atletas sempre foi muito bom. Nos atenderam todos os dias no hotel, depois dos treinos. Sempre foram solícitos", contou Federico Buysan Defeminnis, do site Urugol.com.

Enquanto Brasil e Argentina só concediam entrevistas na zona mista após as partidas, obrigados pela Fifa, na concentração uruguaia era possível falar com qualquer um. Após os treinos, cada jogador da celeste ficava em um ponto do saguão e os jornalistas podiam ir de um a outro sem controle prévio. Na maioria das vezes, o maior problema era ter de esperar a resposta depois de uma tragada na bomba de chimarrão.

"Engraçado que no dia 4 de dezembro [data do sorteio dos grupos da Copa], muitos me deram os pêsames", contou Tabárez. Para o treinador, não apenas o clima light ajudou a equipe, mas a experiência adquirida nas Eliminatórias e nos quatro anos de trabalho. Por isso, ele não fez muitos treinos e jogos preparatórios. Apenas descansou o elenco.

Outra diferença que se destaca na equipe uruguaia, ao contrário de seus vizinhos, é o extremo controle psicológico, demonstrado principalmente na partida contra Gana pelas quartas de final. "Futebol é isso. É jogado entre pessoas. Pessoas têm sentimentos. E esses sentimentos vão mudando no decorrer da partida", falou Tabárez.

O objetivo do discurso era um só, demonstrar que a Celeste tem chances de vencer a Holanda e acredita nisso. "Se retrospecto valesse, nem precisávamos jogar", acrescentou.

Contudo, a uma partida da final, até ele se permitiu um mimo, uma frescurinha. Ontem, como permite a Fifa, fechou pela primeira vez seu treino. Mas, depois dos 15 minutos permitidos, alguns fotógrafos e câmeras burlaram a proteção policial e encontraram uma maneira de fazer imagens. Assim, quando Tabárez foi perguntado sobre a escalação, foi arredio. "Não falarei sobre isso. A Fifa permite treinos secretos e se entende que há um acordo entre todos sobre isso. Então vejam amanhã nos jornais uruguaios e vamos ver se eles acertaram."

Na verdade, a única dúvida é quanto à participação do zagueiro Lugano, lesionado. Ontem ele treinava separado enquanto a imprensa pode acompanhar a atividade.

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