7 reservas
A Argentina terá sete titulares poupados diante da Grécia. Mas o mais importante do time jogará. Com cerca de 60 jogos na temporada europeia pelo Barcelona, Messi tem sido bastante protegido pela comissão técnica de seu país. Mas um pedido do jogador determinou a decisão de escalá-lo na terceira partida. "Me encanta isso. Pensamos em mantê-lo em descanso. Mas deixar o melhor do mundo de fora é um pecado para o Mundial, para a comissão técnica, para o público. Está tão contente jogando. Pensei em tirá-lo, mas vai jogar, explicou o técnico Diego Maradona.
As entrevistas de Diego Maradona na África do Sul são muito mais do que um simples cumprimento da agenda programada pela Fifa. Na Copa do Mundo não há evento mais comentado do que as declarações e atitudes do treinador. Às vezes, muito mais do que alguns insossos jogos do torneio.
"El Pibe" desfila aos microfones a mesma categoria que mostrava com a canhota mágica dos tempos de jogador. Bem diferente das ofensas que proferiu à mídia após sua equipe conquistar a classificação, no ano passado, o técnico esbanja bom humor com a boa campanha no Mundial.
Em duas partidas, Messi e companhia marcaram cinco gols, venceram Nigéria e Coreia do Sul e jogam apenas para cravar o primeiro lugar do grupo B, hoje, contra a Grécia, às 15h30 (de Brasília), em Polokwane.
Os bons resultados dos argentinos até agora só dividem a atenção com o estilo espalhafatoso de seu comandante à beira do campo. Com uma barba sempre por fazer e um terno alinhado, Dieguito faz caras, bocas e acenos.
Às vezes, parece pedir a bola para os seus comandados. Quando ela vem, domina com a mesma classe que ostenta na perna esquerda arrancando aplausos do público.
Maradona atua na Copa de 2010 como se fosse um promotor da competição. Não só pelo trabalho que realiza, mas por tudo que representa para o futebol e o que faz fora de campo.
Ontem, por exemplo, enquanto cerca 300 profissionais da imprensa se posicionavam para o pronunciamento do técnico, ele fez questão de mostrar o presente que ganhou das filhas Gianina e Dalma. Um óculos escuro com lentes grandes e cheio de brilhantes nas astes. A cara do principal personagem da Copa.
"Obrigado Gianina e Dalma", agradeceu pela lembrança do Dia dos Pais, comemorado domingo na África do Sul.
Nem parece que os bicampeões mundiais chegaram ao continente africano totalmente desacreditados. Ninguém confiava em Messi na seleção (muitos ainda descofiam) e a capacidade técnica de Diego era constantemente colocada em xeque.
"Nós jogamos para atacar, atacar, atacar", avisa ele, assumindo um posto de guardião do futebol ofensivo na disputa.
A mesma ofensividade o eterno 10 alviceleste encarna na hora de falar dos seus desafetos. Pelé e Platini, por exemplo, já viraram alvo da língua afiada em tiradas bem-humoradas do técnico dos hermanos.
Para avaliar outras seleções, ele também não poupa da ironia. Maradona, por exemplo, acha que "com mão ou sem mão" o Brasil tem um time que "muitos dizem que joga mal, mas sabe quando definir o jogo".
E essa não foi a única referência que fez ao gol irregular de Luís Fabiano na vitória brasileira sobre a Costa do Marfim. Questionado sobre uma declaração do atacante de que o domínio tinha sido com a mão de Deus ele retrucou aos risos.
"Não. Esse foi com meu braço", afirmou, lembrando o histórico toque de mão que virou gol frente à Inglaterra na Copa de 1986. "Naquela oportunidade o juiz ficou em dúvida, olhando para todos os lados. Agora voltou para o meio sorrindo. Isso que me golpeou. Se viu, porque não marcou?", questiona.
Apesar do lance, Diego joga a responsabilidade para os canarinhos e acha o Brasil é o grande favorito ao título.
Ao vivo
Argentina x Grécia, às 15h30, na RPC TV, Band, Bandsports, ESPN Brasil e SporTV.