O presidente da Fifa, Joseph Blatter, se define como um otimista. Essa característica, aliada à necessidade política de não dar o braço a torcer, o levou a declarar, na última sexta-feira, que a África do Sul está pronta para realizar a Copa de 2010. "Poderia começar hoje", garantiu o dirigente. Falta pouco mais de um mês para o apito inicial e, de fato, os sul-africanos fizeram perder dinheiro aqueles que apostaram que o Mundial só iria sair se fosse cheio de retalhos. Mas ainda há retoques a fazer.
A rigor, não daria para o Mundial começar hoje. Pelo menos não no padrão de primeiro mundo que a Fifa exige. Ou diz exigir. Os estádios estão praticamente prontos, embora o Soccer City, o principal deles, ainda não tenha concluído as obras no entorno e a própria Fifa ainda tenha coisas por fazer para receber autoridades, convidados e a imprensa no local da abertura da Copa - dia 11 de junho, com África do Sul x México.
O Green Point, na Cidade do Cabo, ainda não está com seus canteiros externos totalmente verde, pois carece de acabamento. Claro que ruas de acesso empoeiradas, ou enlameadas em caso de chuva, não impede a bola de rolar em gramados que, asseguram os organizadores, estão parecendo tapetes. O problema é que, se fosse hoje, muitas seleções teriam problemas para treinar e, até mesmo, com os alojamentos.
O próprio secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, tão otimista quanto Blatter, embora normalmente mais ácido em suas cobranças, reconhece que ainda faltam algumas coisas. "Ainda há detalhes a resolver, principalmente nos campos de treinamento, mas estamos otimistas", disse Valcke.
A expectativa é que os administradores dos locais escolhidos para concentração e centros de treinamento cumpram os prazos prometidos para a conclusão de obras que se fizeram necessárias. As no Hotel Fairway, nas cercanias de Johannesburgo, onde a seleção brasileira vai se hospedar, por exemplo, ficam prontas só na segunda semana de maio. O campo de treinamento na escola Hoërskool Randburg, escolhido por Dunga, também não está pronto
Ou seja, na prática ainda não dá para ter Copa, mas no dia 11 de junho vai dar. "A Copa do Mundo será um êxito", comemora Blatter O que não quer dizer que será perfeita, pondera o mandatário da Fifa. "No entanto, ninguém pode garantir que tudo correrá perfeitamente. Em eventos, exige-se muitas precauções com logística, transportes e telecomunicações."
Ainda há o temor de que o sistema de telecomunicações não atenda às necessidades de todos que irão trabalhar ou assistir à Copa. E também não se tem plena certeza de que as obras no setor de transportes e os planos para deslocamentos desenvolvidos se mostrarão eficientes.
Africanos mobilizados
Mas não dá para negar que a proximidade do início da Copa do Mundo levou os sul-africanos às ruas, não só de Johannesburgo como de praticamente todas as outras cidades que receberão partidas. Muita gente tem saído para comemorar, treinar danças típicas e preparar as boas-vindas a delegações e turistas. Há, também, os que saem para protestar. Aproveitam a Copa para clamar por melhores condições de saúde, habitação, educação, empregos... Um Mundial não se faz apenas com bolas nas redes.
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