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A Spider cam aparece pendurada no meio do gramado do Soccer City: aparelho é apoiado em dois cabos metálicos manipulados por guinchos | Albari Rosa/ Gazeta do Povo – enviado especial
A Spider cam aparece pendurada no meio do gramado do Soccer City: aparelho é apoiado em dois cabos metálicos manipulados por guinchos| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo – enviado especial

Não há torcedor que esteja na Copa que ainda não tenha perdido um bom tempo olhando para ci­­ma, acompanhando com admiração os movimentos sagazes de uma câmera de tevê que está revolucionando a transmissão na Áfri­­ca do Sul. Com a ainda discutível qualidade de boa parte dos jogos do Mundial, a Spider Cam [câmera aranha] tem se tornado uma espécie de estrela da competição.

A câmera é fixada por cabos me­­tálicos ligados a quatro guinchos na parte mais alta do estádio – os fios formam um X, no qual a intersecção é a câ­­mera. O grande lance é que ela é manejada por uma espécie de controle de videogame ligado a um programa de com­­putador que de­­codifica os sinais e envia ordens para cada mo­­tor dos guinchos, que fazem movimentos diferentes e coordenados.

Assim, é possível não só fazer a "aranha metálica" andar para to­­das as direções, em trajetórias retilíneas ou curvas, mas também pa­­­ra cima e para baixo, da altura da cabeça dos jogadores ao topo das arquibancadas – o que diferencia de qualquer outra câmera ligada por cabo inventada até hoje.

As imagens são essas que se pode ver de cima do gramado: uma visão geral de gol a gol, ou mais fe­­chada. "É excelente para os comentaristas que gostam de analisar o jogo taticamente. Além de ficar de olho no campo, e na imagem tradicional, eles têm também esse re­­curso, do alto. Para o narrador que não está no estádio e faz o off-tu­­be (narra pela tevê), também é muito bom", diz o diretor dos ca­­nais ESPN no Brasil, José Trajano.

Por essa visão ampla, por exemplo, a ESPN flagrou que o gol impedido de Tevez, o primeiro da vitória da Argentina contra o México, ha­­via passado no telão do estádio, o que quase fez o bandeira que errou voltar atrás no lance depois de re­­vê-lo. "Ela só não é boa para o juiz. Quando ele erra, é mais um recurso que está ali para flagrar", falou Trajano.

Para os jornalistas é quase uma espécie de brinquedo, já que na bancada há uma televisão na qual se pode escolher a imagem com a câ­­mera desejada. "A transmissão é muito boa, pois dá uma visão do conjunto. Quem vê pela tevê, pela primeira vez consegue ter uma visão real de tudo que está acontecendo", ressalta Tostão, colunista da Gazeta do Povo.

A Spider Cam foi criada por Jens C. Peters, na Áustria, em 2000. De­­pois de muitos cálculos, testes e alguns pequenos acidentes, ela fez sua primeira transmissão em um show na Áustria, em 2003. No ano seguinte ganhou o mercado alemão, e daí não parou mais de crescer. Recentemente, foi também a es­­trela da Olimpíada de Inverno, em Vancouver, no Canadá.

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