O governador do Paraná, Orlando Pessuti (PMDB), prometeu entrar em contato hoje com o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), para agendar ainda nesta semana uma reunião com as procuradorias de justiça das duas esferas de governo, da Câmara Municipal, da Assembleia Legislativa e o departamento jurídico do Atlético. Em pauta, aprofundar estudos sobre a possibilidade de apoio do poder público para a conclusão da Arena.
A medida é uma resposta ao discurso do vice-presidente rubro-negro, Enio Fornea, que na última semana pediu um aporte de recursos públicos, sob ameaça de não dar prosseguimento às obras de conclusão da Arena para a Copa do Mundo. Orçada em R$ 100 milhões, a reforma na Baixada tem o menor custo entre os estádios das 12 cidades escolhidas para o Mundial-2014. Mesmo assim o clube se compromete a pagar apenas um terço do montante.
"Em todas as reuniões, nós dissemos que juridicamente era impossível investir dinheiro público em uma obra privada. Nosso apoio seria em ajudar o Atlético a encontrar um parceiro, que até agora não apareceu. Vamos analisar se há a possibilidade jurídica de alguma parceria. Hoje não existe", disse ontem o governador, por telefone, à Gazeta do Povo.
Pessuti citou o exemplo de Minas Gerais, onde foi definido um investimento público para a adequação do Estádio Independência, do América, para receber também os jogos de Atlético-MG e Cruzeiro enquanto o Mineirão estiver em obras para a Copa.
O governador disse ainda ter sido consultado sobre uma possível indicação da Copel como naming rights da Arena. "Assim como o Banrisul apoia Grêmio e Inter e a Petrobras patrocinava o Flamengo, me questionaram se a empresa não poderia ser parceira de Atlético, Coritiba e Paraná. Vamos verificar na procuradoria. Se houver a possibilidade, levaremos isso à empresa e depois analisaremos se há o interesse político ou não", concluiu.
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Devagar
O prazo da Fifa para o início das obras dos estádios que abrigarão jogos da Copa de 2014 acaba hoje. Confira a situação de cada um:
Belo Horizonte
A obra no Mineirão, orçada em R$ 620 milhões, começou em janeiro e já está na segunda das três etapas previstas.
Brasília
Após dois meses de paralisação, o Tribunal de Contas-DF liberou na semana passada a licitação para a construção do Estádio Nacional de Brasília. A expectativa é de que as obras comecem em junho.
Cuiabá
A demolição do Estádio Verdão começou na segunda-feira passada (26), com prazo de 90 dias para ser concluída. A Arena Cuiabá está orçada em R$ 342 milhões, além dos custos das cadeiras, placar eletrônico, mobiliário e equipamentos para transmissão de dados.
Curitiba
Apesar de prever o orçamento mais enxuto entre as 12 cidades cerca de R$ 100 milhões , a partilha desse custo enfrenta um impasse. Como o estádio está 70% pronto, a diretoria considera estar adequada ao calendário da Fifa.
Fortaleza
A sentença dos recursos de dois consórcios desclassificados é esperada para hoje. Se não houver novas contestações, o contrato pode ser assinado ainda neste mês para a construção do Castelão, estimado em R$ 450 milhões.
Manaus
A infraestrutura do Vivaldão começou a ser desmontada e a demolição, prevista para junho, depende da Justiça. Os Ministérios Públicos Federal e Estadual pedem o bloqueio da verba até que o projeto de construção de um monotrilho seja regularizado. Corre ainda uma ação civil pública para preservar o patrimônio que completou quatro décadas.
Natal
Está entre as cidades mais atrasadas. O edital para a construção da Arena das Dunas nem foi publicado e a previsão é de que o estádio saia do papel em 2011.
Porto Alegre
A reforma no Beira-Rio está orçada em cerca de R$ 140 milhões. O clube descartou o financiamento do BNDES por causa dos juros. Parte dos recursos virá da venda do terreno do antigo estádio dos Eucaliptos, avaliado em R$ 30 milhões. O negócio, porém, esbarra em pendências judiciais.
Recife
Apesar de o governo pernambucano prometer começar as obras neste mês, um recurso judicial do consórcio Andrade Gutierrez/OAS e novos estudos de sustentabilidade pedidos pela Fifa emperram a construção da Arena Capibaribe.
Rio de Janeiro
Mais atrasado e mais caro do Mundial, o Maracanã não tem prazo para iniciar a adequação. Orçado em mais de R$ 1 bilhão, o novo projeto aguarda a aprovação da Fifa.
Salvador
Programada para este mês, a demolição da Fonte Nova depende de julgamento da ação civil pública para barrar as obras, além da liberação de licenças ambientais e do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
São Paulo
O São Paulo e o Comitê da Copa paulista seguem na luta para garantir a aprovação do projeto com a Fifa. Com a construção de novos camarotes e instalação de cadeiras, o clube alega já estar em obras.
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