Ao analisar o retrospecto de Holanda e Espanha desde a eliminação nas oitavas de final do Mundial da Alemanha, em 2006, é possível concluir pelo menos uma coisa: as duas seleções mereceram chegar à final da Copa da África do Sul. Desde que foram derrotadas por Portugal e França, respectivamente, ambas as equipes demonstraram um trabalho a longo prazo de resultados positivos em sequência, destacando-se como as melhores entre as principais seleções do planeta.
Contando amistosos, Eurocopa (com a fase classificatória), Eliminatórias da Copa e o Mundial de 2010, a Holanda jogou 54 partidas nestes quatro anos, com 39 vitórias, 10 empates e 5 derrotas. Um aproveitamento de 78,4%.
Já a Espanha atuou mais e foi ainda melhor, sendo campeã do torneio europeu. Em 60 confrontos desde julho de 2006, na conta acrescenta-se também a Copa das Confederações, foram 51 vitórias, 4 empates e 5 derrotas. Ou seja, eficiência maior que a da rival: 87,2%.
No que se refere às vitórias, as finalistas da Copa têm uma característica semelhante: as duas seleções venceram todas as partidas nas Eliminatórias do torneio mundial, sendo que a Holanda atuou sete vezes, enquanto a Espanha entrou em campo em 10 oportunidades. Caso não tivesse perdido na estreia para a Suíça, os espanhóis, como os holandeses, também poderiam se gabar de serem campeões com 100% de aproveitamento desde a fase eliminatória.
Ontem, o mito alemão Franz Beckenbauer se manisfestou na África do Sul sobre o confronto de domingo, às 15h30, em Johannesburgo. "É uma final merecida", atestou o Kaiser. "A atuação da Espanha no 2º tempo [contra a Alemanha] foi uma das melhores da competição".
Já com relação às poucas derrotas dos dois times neste período, sobram curiosidades. Dos cinco jogos em que a Holanda foi derrotada, dois foram contra equipes teoricamente fracas e que nem chegaram à Copa: Romênia e Bielorrússia, pelas Eliminatórias da Eurocopa, em 2007. Porém o pior revés ocorreu no ano seguinte, quando foi surpreendentemente eliminada do torneio nas quartas de final pela Rússia.
A última vez em que a Laranja saiu de campo em desvantagem no placar foi no dia 6 de setembro de 2008, em Eindhoven, em um amistoso contra a Austrália.
Do lado espanhol, que também perdeu cinco vezes em quatro anos, a última derrota, como já foi dito, foi contra a Suíça. Antes disso, a atual campeã europeia tinha sido batida pelos Estados Unidos em 2009, pela Copa das Confederações. Dos adversários bizarros que passaram pela Fúria destaca-se a Irlanda do Norte, nas Eliminatórias da Eurocopa, em 2006, ainda na ressaca da Copa da Alemanha; e também a Romênia, em amistoso no mesmo ano em pleno território espanhol, em Cádis.
Porém, diante de uma sequência de sucessos nestes quatro anos, as derrotas se tornam curiosidades e exceções. Como Holanda e Espanha venceram as seleções mais tradicionais do mundo neste período, como Brasil, Itália, França, Alemanha, Portugal, Argentina e Inglaterra, a final da Copa mostra que cada vez menos o futebol é a tal "caixinha de surpresa".
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