O isolamento da Coreia do Norte na África do Sul, em seus primeiros dias de preparação no país-sede da Copa do Mundo, tem uma razão central. Eles estão temerosos de que a antipatia de boa parte do mundo com a ditadura comunista de Kim Jong-Il renda tentativas de atentados contra eles na região de Joanesburgo. Até os carros oficiais, disponibilizados pela organização do evento para os dirigentes norte-coreanos, foram vetados.
Na manhã desta quinta-feira, a reportagem foi ao hotel onde está concentrada a Coreia do Norte, em Midrand. O acesso dos jornalistas ao local ficou ainda mais restrito. Primeiro, era possível acessar o saguão do hotel. Depois, apenas o pátio. Agora, nem isso. Para entrar na concentração, foi preciso usar uma entrevista com o gerente como desculpa.
Mesmo assim, a caminhada do portão de entrada até o prédio foi acompanhada por um policial. O carro que transporta a reportagem teve de ficar do lado de fora. Câmeras fotográficas foram vetadas. O contato com o gerente ocorreu em uma sala reservada aos responsáveis pela segurança da seleção. Foi ali que quatro policiais, em conversa entre eles, escancararam a surpresa com a postura da Coreia do Norte.
"Apenas jornalistas brasileiros têm vindo aqui. Não um país inimigo. Não tem ameaça. Eles são paranóicos", disse um deles. "Eles sequer estão usando os carros oficiais. Ficam com medo. As vans circulam vazias completou outro policial".
O gerente do hotel, um homem branco, de aproximadamente 35 anos, chamado Garrick Grabe, disse que a Coreia do Norte pediu silêncio absoluto sobre o que acontece ali dentro. Ele não pode dar qualquer tipo de informação. "Realmente, sigilo total. Mas você precisa entender a situação deles", disse Garrick.
A situação, no caso, a iminência de um conflito com a Coreia do Sul, a polêmica envolvendo armas nucleares. As ações governamentais acabam respingando no futebol. A seleção totalmente reclusa. Os jogadores sequer circulam pelo saguão do hotel. Os treinamentos são com portes fechados. O ônibus oficial para transporte dos atletas, com as cores do país, foi substituído por um mais discreto, todo branco.
No domingo, representantes da Fifa irão ao hotel onde está concentrada a Coreia do Norte. Em reunião, a entidade pedirá informações mais detalhadas sobre horários de treinamentos e entrevistas. Na semana que vem, um dos trabalhos deve ser realizado com portes abertos, no Makhulong Stadium, na favela de Tembisa, uma exigência da Fifa. A data, porém, ainda é incerta.
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