Podolki, Özil e Mertesacker fazem o aquecimento antes do treino de reconhecimento de campo no Moses Mabhida: confronto com a Espanha reedita a final da Eurocopa de 2008, vencida pela Fúria| Foto: John Macdougall/ AFP

Estratégia

Espanha aposta na força da defesa e em Casillas

Folhapress e Agência Estado

Casillas, capitão espanhol, não leva gol no Mundial há 223 minutos e busca, na partida mais importante da história de seu país, vaga inédita na decisão e recorde. O arqueiro do Real Madrid tornou-se o goleiro espanhol há mais tempo sem ser vazado em Copas – superou os 209 minutos de Ramallets na Copa de 1950, no Brasil. Precisa ficar mais 58 minutos sem levar gol para que a Espanha bata seu recorde de minutos sem ser vazada.

Em 1950, o arco espanhol ficou, somando as atuações dos goleiros Ignacio Eizaguirre (jogou contra os EUA) e Antonio Ramallets (atuou contra Chile, Inglaterra e Uruguai), 282 minutos sem ser superado. Essa é a meta de Casillas e da defesa espanhola para o jogo de hoje. No mata-mata, Casillas pegou até pênalti contra o Paraguai.

"Qualquer mínimo detalhe pode decidir o final. Temos que ter uma solidez e marcar. A Alemanha também é bastante marcadora", falou o volante Xabi Alonso. Já o lado alemão tenta evitar a euforia ao mesmo tempo em que tira força das goleadas recentes. "Todos querem ir adiante e chegar até o topo da montanha. Não é que estamos despreocupados, mas não estamos tensos, apenas concentrados", comentou o técnico Joachim Löw.

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Veja a ficha técnica do jogo Alemanha X Espanha
Veja comparativo entre as duas seleções
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Duas seleções verdadeiramente na­­cionais. Fugindo da atual realidade do futebol mundial, Alemanha e Espanha se enfrentam hoje, às 15h30, em Durban, praticamente sem a presença de jogadores que atuam fora de seu território.

Dos 46 inscritos pelos finalistas da última Eurocopa para o Mun­­dial da África do Sul, apenas 3 espanhóis defendem clubes es­­trangeiros – Reina e Torres no Liverpool e Fábregas no Arsenal, todos da Inglaterra. Times tão caseiros são uma raridade. Para efeito de comparação, na outra semifinal a soma de atletas "de fora" é de absurdos 35.

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Apesar de terem em comum a formatação do elenco, os rivais vi­­vem em situação contrastante na Copa. A Alemanha despachou com goleada Inglaterra (4 a 1) e Ar­­gentina (4 a 0), surpreendendo até mesmo os compatriotas, que não apostavam na renovada equipe de Joachim Löw. O time se tornou a sensação do torneio, com velocidade e habilidade. Tem o melhor ataque da competição, com 13 gols.

Já a Fúria balançou a rede me­­nos da metade disso: apenas seis gols. Badalada antes do início do campeonato, a campeã europeia tem nesse jejum de gols um dos reflexos do momento de baixa que atravessa. Perdeu na estreia para a Suíça e não decolou. O futebol mais leve e envolvente que se cobra da Espanha não apareceu. Enfrentou equipes retrancadas e teve dificuldade em quebrar a barreira defensiva. Faltaram gols, prin­­cipalmente porque Fernando Torres está mal fisicamente.

As duas seleções levaram apenas dois gols no torneio – somente Portugal e Suíça sofreram um a menos. Equilíbrio defensivo que não se repete no retrospecto histórico de Copas. Em três jogos, foram duas vitórias germânicas (1966 e 1982) e um empate (1994). Um ta­­bu que não parece incomodar mui­­to quem recentemente derrotou a toda-poderosa Alemanha em uma final de Euro – 1 a 0 em 2008.

Esse revés deixa o time preto e branco em alerta. "É claro que estamos pensando nisso. Naquela ocasião, a Espanha foi superior, então não podemos nos lamentar pela derrota", falou Schweinsteiger, candidato a melhor jogador da Copa. "A Espanha é favorita. Não tem apenas um Messi; tem vários. Além disso, comete poucos erros, diferentemente de Inglaterra e Argentina. Vamos ter de obrigá-los a cometer erros", concordou Joachim Löw.

O otimismo é espanhol, consciente de que deve ter hoje a chance que ainda não apareceu de mostrar seu bom toque de bola, já que os alemães não são tão retrancados. "Não chegamos aqui para ficar­­mos em quarto. Vamos lutar para chegar à final. É a partida mais importante da nossa história, mais ainda que a final da Euro­­copa", declarou o goleiro e capitão Casillas.

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Ao vivo

Alemanha x Espanha, às 15h30, na RPC TV, Band, BandSports, ESPN Brasil e SporTV. Também tem a transmissão interativa da partida pelo www.gazetadopovo.com.br/copadomundo2010