27 anos
Foi o tempo total em que Nelson Mandela ficou preso, quase sempre na Ilha Robben, próxima à Cidade do Cabo. Quando foi solto, em 1990, o líder sul-africano fez seu primeiro discurso no antigo Soccer City.
À medida que a Copa do Mundo for se espalhando pela África do Sul, os torcedores terão contato com passagens importantes de Nelson Mandela em algumas das nove cidades que receberão o Mundial. Principal nome da história sul-africana, o ex-presidente (entre 1994 e 1999) ficou preso por 27 anos pelo regime do apartheid.
O relacionamento do ícone com a competição começa já no nascimento do estadista, em 18 de julho de 1918. Natural do pequeno povoado de Qunu, na província do Cabo Oriental, Mandela batiza o estádio da cidade de Port Elizabeth o Nelson Mandela Bay.
Localizada cerca de 400 quilômetros ao norte de Elizabeth, Qunu está na metade do caminho para outra importante subsede da Copa: Durban, que receberá Brasil x Portugal na última rodada da primeira fase. O trajeto entre Elizabeth e Durban é chamado de "Madiba Trail", algo como "Caminho do Madiba", em referência à forma como uma pessoa mais velha é chamada no clã dos Mandela.
Os passos do herói nacional prosseguem na paradisíaca Cidade do Cabo, no sul do país. Apenas 11 quilômetros distante da cidade que possui atrações como a Table Mountain (uma montanha em formato de mesa) e o novíssimo estádio Green Point, fica a Ilha Robben, local onde Mandela ficou detido por 27 anos (entre agosto de 1962 e fevereiro de 1990).
Após sair da cadeia, o líder foi viver no Soweto, principal gueto negro de Johannesburgo. Na maior cidade da África do Sul, Madiba teve histórias relevantes nos dois estádios que receberão partidas do Mundial.
Quando o Soccer City palco do jogo de abertura e da final da Copa ainda chamava-se FNB Stadium, Mandela emocionou a todos com seu discurso pós libertação dentro do gramado. Na oportunidade, convocou os compatriotas brancos a unirem-se aos negros na batalha pelo fim do apartheid (que consumaria-se dois anos mais tarde). "Paz, liberdade e direitos iguais a todos", pediu no primeiro pronunciamento após ser libertado.
"Havia um temor muito grande de um discurso revolucionário e revanchista. Mas isso não ocorreu. Pelo contrário, a postura do Mandela foi fundamental para que fosse visto de uma maneira diferente pelos brancos", comenta o jornalista brasileiro Marcos Tosi, que viveu e trabalhou na África do Sul na época do fim do apartheid.
Já na outra praça esportiva de Johannesburgo que receberá o Mundial, o Ellis Park, o ícone sul-africano teve também uma passagem que ficou eternizada. Após a final da Copa do Mundo de rúgbi, em 1995, Mandela entregou o troféu de campeão ao capitão da seleção sul-africana, François Pienaar, um africâner (etnia branca que havia comandado o regime separatista do país). Presidente havia um ano, o líder usou a competição para unir os ideias da população.
"Até hoje ele (Mandela) segue sendo uma reserva moral", avalia Sérgio Gil, especialista em África do Sul.
Aos 91 anos e com a saúde debilitada, Nelson Mandela não deve ter grande participação no Mundial de futebol. Na Copa das Confederações do ano passado, por exemplo, sua única aparição foi em uma visita realizada pelos Bafana Bafana à sua Fundação. Já no sorteio dos grupos da Copa, em dezembro, apareceu apenas por meio de uma mensagem gravada em vídeo.
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