O primeiro dia da vendas da última carga de ingressos para Copa do Mundo foi marcada por muita confusão em Sandton, um dos pontos para compras em Johannesburgo. Quase mil pessoas se aglomeravam na entrada do local, um prédio de dois andares ao lado de uma concessionária de carros de última geração. E muitas delas estavam na fila há mais de dois dias.
"Eu e meus quatro amigos chegamos na noite de quarta-feira, passamos frio aqui e estamos com a senha para a compra. Não vejo a hora de tê-los a mão", afirmou o sul-africano Aden Lahoud, que conseguiu ser o primeiro a adquirir as entradas para a abertura e para a final do Mundial.
No entanto, ele foi um dos poucos a sair sorrindo do prédio, no qual era permitida a entrada de dez pessoas por vez desde que possuíssem uma senha distribuída previamente. Logo após o começo das vendas, por volta de 9h30min (horário local), o sistema caiu e a fila do lado de fora, que até então estava relativamente organizada, se transformou em um amaranhado de pessoas gritando e exigindo que fossem liberadas para entrar.
Algumas, mais exaltadas, tentaram forçar a entrada e chegaram a trocar empurrões com seguranças da Fifa. Com o clima tenso, um carro da polícia foi colocado na frente do prédio e, com um megafone, um oficial pediu para que as pessoas se acalmassem e se organizassem em uma nova fila.
"Isso está um caos total. Um absurdo, chegamos aqui às 11 da noite de ontem (quinta-feira) e não sabemos se vamos conseguir nossas entradas. Deplorável", disse, indignada, a sul-africana Nokwazi Hlubi.
O detalhe é que muitos torcedores abordavam jornalistas com credenciais da Fifa pensando que eles fossem os responsáveis pela organização.
"Você poderia nos ajudar. Tenho medo de não conseguir ver nenhum jogo da Copa", observou José Carberry, que, apesar de ser filho de portugueses, não sabia dizer uma palavra do idioma.
Calmaria em Soweto
Ao contrário de Sandton, em um posto de venda no shopping Mponya, em Soweto, o ambiente era de total calmaria. Por volta das 11h (horário local), cerca de 200 pessoas faziam uma fila bem organizada e entravam de 20 em 20 para comprar seus ingressos.
Segundo a Fifa, há ainda 160.523 entradas disponíveis para os torcedores em todos os jogos do Mundial. Além dos pontos espalhados pela África do Sul, também é possível comprar no site oficial da Fifa.
Os ingressos mais baratos custam 140 rands (cerca de R$ 40), mas não são válidos para final e nem para abertura, e só podem ser adquiridos por sul-africanos. O mais caro é o da decisão, que sai por 6.300 rands (cerca de R$ 1575), em um setor mais privilegiado do estádio Soccer City, em Johannesburgo. No entanto, é possível assistir ao último jogo da Copa pagando menos: 1.050 rands (aproximadamente R$ 263).
A Fifa colocou 2,88 milhões de ingressos à venda e disse que 96% já foram negociados. Destes, 1,3 milhões estão nas mãos de sul-africanos. Mas apenas 40 mil foram vendidos para os outros países da África. A expectativa é que 98% da última carga seja vendida.
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